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Após repercussão do caso

Servidor contratado da Câmara de Monte do Carmo admite uso de carro oficial em motel e pede desculpas em carta enviada à Casa de Leis

Documento com firma reconhecida foi entregue ao Presidente da Câmara vereador Aparecido Gonçalves Ferreira; motorista pediu rescisão do contrato após repercussão do caso

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Em menos de um mês após o episódio que gerou forte repercussão nas redes sociais e questionamentos da população, o servidor contratado da Câmara Municipal de Monte do Carmo, Roger Gomes Ferreira, decidiu se manifestar oficialmente e assumir a responsabilidade pelo uso indevido de um veículo oficial do Legislativo.

Na última quinta-feira, 10, Roger entregou ao vereador Aparecido Gonçalves Ferreira um documento assinado com firma reconhecida em cartório, no qual confirma que conduzia o automóvel da Câmara no dia 4 de abril de 2025, quando o veículo foi flagrado saindo de um motel localizado na quadra 812 Sul, em Palmas.

O flagrante aconteceu por volta das 17h15 e foi registrado em vídeo, que circulou amplamente nas redes sociais e provocou indignação entre moradores do município.

Relembre o caso

Conforme noticiado com exclusividade pela Agência Tocantins, na tarde de sexta-feira, 4 de abril, um veículo Volkswagen Gol, de cor branca, placa QKJ-6917, pertencente à frota oficial da Câmara Municipal de Monte do Carmo, foi filmado deixando o estacionamento de um motel na capital. O carro, de uso exclusivo para atividades institucionais, teria sido utilizado para fins particulares, o que pode configurar ato de improbidade administrativa.

Após a divulgação do vídeo, a reportagem entrou em contato com o presidente da Câmara, vereador Aparecido Gonçalves Ferreira (PDT), que confirmou estar em Palmas no dia do fato para tratar de assuntos ligados ao Legislativo. Questionado sobre o uso do carro oficial em um motel, o parlamentar desconversou e prometeu tratar do assunto pessoalmente com o diretor de jornalismo da Agência Tocantins.

Posteriormente, em nota oficial, o presidente declarou que não era ele quem dirigia o veículo no momento do flagrante e informou que havia determinado a abertura de um processo administrativo para apurar os fatos.

Servidor assume a responsabilidade e pede desculpas

No documento enviado ao presidente da Casa de Leis, Roger Gomes Ferreira, que foi contratado como motorista por meio de Pessoa Jurídica para prestar serviços à Câmara entre janeiro e dezembro de 2025, reconheceu que estava ao volante do veículo oficial no momento do flagrante. Ele também afirmou estar na companhia do presidente da Casa e da esposa do parlamentar.

“Estive durante todo o tempo responsável pela condução do referido veículo, inclusive no horário mencionado nas reportagens que circularam na imprensa”, declarou Roger, que também pediu desculpas públicas. “Não tive a intenção de causar qualquer transtorno ou prejuízo à Câmara ou à imagem do senhor presidente”, completou.

Após a repercussão do caso, o jovem solicitou a rescisão contratual, formalizada no último dia 14. Roger é filho de um dos secretários da Prefeitura Municipal de Monte do Carmo.

Diárias no nome do presidente, mas não do motorista

Outro ponto que chama a atenção é que, de janeiro a abril deste ano, não há registros de pagamento de diárias ao jovem Roger Gomes Ferreira, contratado para prestar serviços como motorista da Câmara. No entanto, no mesmo período, o presidente da Casa, vereador Aparecido Gonçalves Ferreira, recebeu o total de R$ 2.400,00 em diárias, referentes a viagens de Monte do Carmo para a capital tocantinense. A ausência de registros de diárias em nome do motorista pode levantar dúvidas sobre a legalidade e a transparência dos deslocamentos realizados com o carro oficial.

Caso é analisado pelo Ministério Público e pode evoluir para investigação criminal

Segundo informações obtidas com exclusividade pela Agência Tocantins, o caso já está sendo analisado pela Promotoria de Justiça do Ministério Público do Tocantins, com sede em Porto Nacional. A atuação do órgão ministerial pode resultar na instauração de um procedimento para apurar eventuais responsabilidades civis, administrativas ou penais relacionadas ao uso indevido do bem público.

Além disso, o caso pode tomar novos rumos caso as imagens das câmeras de segurança do motel revelem a presença de outra pessoa no veículo oficial. Se for comprovado que Roger assumiu a culpa sob coação ou para proteger terceiros, ele poderá responder criminalmente por falsidade ideológica e o episódio pode ser encaminhado à Delegacia da Polícia Civil para investigação mais aprofundada.

Uso indevido de veículo público é ilegal

O uso de bens públicos para fins particulares é vedado pela legislação brasileira e pode configurar ato de improbidade administrativa, conforme previsto na Lei nº 8.429/1992. A população aguarda agora os desdobramentos do processo administrativo anunciado pela Câmara e a adoção de eventuais medidas legais cabíveis.

A Agência Tocantins segue acompanhando o caso e buscará atualizações junto à Câmara Municipal de Monte do Carmo, ao Ministério Público e à Polícia Civil sobre o andamento da apuração e possíveis desdobramentos.

(Com informações da Agência Tocantins)

(Foto: Divulgação)

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