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Descarga elétrica

Sobrevivente relata tragédia após raio atingir barco no Tocantins: “Fecho os olhos e vejo meus amigos afundando”

Ricardo Moacir Machado Vieira, de 40 anos, sobreviveu à descarga elétrica e tentou salvar amigos. Murilo Guimarães Vinhal, de 33 anos, e Idael da Silva Farias, de 38 anos, foram arremessados de barco e morreram

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Ricardo Moacir Machado Vieira, de 40 anos, sobreviveu à descarga elétrica que atingiu o barco onde pescava com os amigos Murilo Guimarães Vinhal, de 33 anos, e Idael da Silva Farias, de 38 anos. Os três homens eram amigos há mais de 15 anos e tinham o hábito de pescar juntos. Ricardo agora tenta lidar com a perda e com as lembranças traumáticas do que viveu.

“Um sofrimento imenso. Fecho os olhos e vejo eles afundando. O desespero de ver meus amigos sumindo sem poder fazer nada são momentos de terror que jamais esquecerei. Só agradeço a Deus pela minha vida, por ter me dado a oportunidade de retornar para minha família”, declarou.

O acidente aconteceu a cerca de 3 km de Filadélfia, no norte do estado, na tarde de sábado, 11. Segundo Ricardo, no momento da descarga elétrica, estava garoando. Murilo e Idael foram arremessados na água.

“Senti a descarga do raio na vara de pescar que estava em minhas mãos, como se fosse um choque, e aquele barulho tremendo. O raio caiu no barco, arremessando meus amigos na água”, relatou.

O professor contou que mergulhou no Rio Tocantins para tentar salvar os amigos, mas entrou em pânico com a chuva e a ventania.

“Quando olhei para o lado meus amigos não estavam no barco e me deparei com eles afundando na água ao meu lado. Pulei no rio para tentar resgatar o Murilo, que estava mais próximo da embarcação. Quando vi ele estava sem vida e o barco se afastando, entrei em pânico com o vento e a chuva. Ou eu tentava lutar por minha vida ou morreríamos os três afogados”, contou Ricardo, ainda abalado.

Em meio ao desespero, Ricardo retornou para a embarcação enquanto a chuva ficava mais intensa e a correnteza arrastava seus amigos. Ele conseguiu pedir socorro por ligação e aguardou o resgate. “Liguei para meu irmão, relatando o acontecido e implorando por socorro. Não sei quanto tempo se passou, se foram minutos ou horas de tormento”, contou.

Como foram as buscas pelos corpos

As buscas começaram logo após o acidente, no sábado, 11.  Mergulhadores, Bombeiros, Marinha e amigos das vítimas participaram da ação. Devido à baixa visibilidade no rio, os mergulhadores não conseguiram localizar as vítimas.

Os corpos de Murilo e Idael foram encontrados na manhã de domingo, 12, por volta das 11h50, a aproximadamente oito metros de profundidade, três quilômetros abaixo da cidade de Filadélfia.

Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Araguaína para os procedimentos periciais e, em seguida, liberados às famílias.

O corpo de Idael foi levado para a cidade Fortaleza dos Nogueiras (MA), onde moram seus familiares. Murilo foi sepultado no Cemitério Jardim das Paineiras, em Araguaína, nesta segunda-feira, 13.

(Com informações do G1 Tocantins)

(Foto: Arquivo Pessoal/Ricardo Vieira)

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