Homem é indiciado por sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz e corrupção de menor

Um caso que chocou a população do sul do Estado, por envolver o possível sequestro de uma criança de apenas 11 anos em Aliança do Tocantins foi elucidado pela Polícia Civil do Tocantins. O caso, ocorrido em novembro de 2024, foi concluído com o indiciamento do principal suspeito pelos crimes de sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz e corrupção de menor.

O delegado Joadelson Rodrigues Albuquerque, titular da 82ª Delegacia de Aliança do Tocantins explica que o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil, na manhã do dia 24 de novembro de 2024, após a avó da criança procurar a PCTO e registrar um Boletim de Ocorrência.

Na oportunidade, ela relatou que estava com seu neto, de 11 anos, em uma comemoração política na Feira Coberta da cidade e às 17h, a criança teria pedido para ir brincar na praça, que fica ao lado da Feira Coberta, o que foi consentido.

No entanto, por volta das 20h, a mulher procurou pelo neto a fim de ir embora, mas não mais o encontrou. Na manhã seguinte, ela acionou o Conselho Tutelar e informou sobre o caso. Informações preliminares apontavam que a criança teria sido vista tomando sorvete na companhia de um homem conhecido na cidade.  

Desse modo, foi tentado contato com o suspeito, o qual inicialmente negou que estivesse com a criança desaparecida. No entanto, após novo contato telefônico, a irmã do homem afirmou que a vítima estava em sua casa onde teria jantado e pernoitado. Dessa forma, a Polícia Civil foi informada e passou a realizar diligências ininterruptas a fim de localizar a criança e o autor.

Criança encontrada e fuga do autor

Diante dos fatos, na manhã do dia 24 de novembro, o autor ainda com a criança, pegou um táxi no Terminal Rodoviário de Gurupi, e partiu em direção a Formoso do Araguaia. Porém, ao chegar ao trevo que dá acesso àquela cidade, o homem desembarcou do veículo com a vítima e entrou em uma área de mata, às margens da rodovia, com a desculpa de que iria procurar queijo.

Um casal que estava passando pelo local estranhou o fato do homem estar caminhando com a criança a beira da rodovia. Após reconhecer que se tratava da criança supostamente vítima de sequestro em Aliança, o casal tentou abordar o suspeito, que fugiu para a mata. A vítima, que estava com muito frio e faminta, correu em direção ao casal e foi acolhida.

Com a localização da vítima, as investigações foram intensificadas e, o que antes era um caso de subtração de incapaz, evoluiu para sequestro e cárcere privado, além de corrupção de menor.

Diante dos fatos e após uma longa e minuciosa investigação, a equipe da 82ª DP, comandada pelo delegado Joadelson Rodrigues, reuniu um farto conjunto probatório no sentido que o indivíduo de iniciais C.M.C, de 31 anos, de fato, praticou os crimes tipificados pelos artigos 249, Art, 148, § 1º, inciso IV, ambos do Código Penal Brasileiro e Art. 244-B, da Lei 8.069, do Estatuto da Criança e do Adolescente. (ECA).

Convencimento

Durante os trabalhos investigativos, a equipe da 82ª DP descobriu que a vítima foi abordada pelo suspeito, com a promessa de ir ao shopping, em Gurupi, onde o indivíduo compraria roupas e brinquedos para o menino. “As investigações revelaram que o autor se aproximou da vítima e prometeu a ela uma vida nova, com roupas, brinquedos e tudo mais que ela quisesse”, ressaltou a autoridade policial.

Indivíduo de alta periculosidade

O delegado ressalta ainda que o homem indiciado possui inúmeras passagens policiais por crimes praticados contra crianças e adolescentes, sendo alguns deles de natureza sexual.

Após a conclusão, o inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário, com vista ao Ministério Público para a adoção das medidas legais que se fizerem necessárias.

O delegado Joadelson destaca que, com a conclusão do caso, a Polícia Civil dá uma resposta satisfatória a toda a família da vítima e à população de Aliança. “Esse foi um caso que gerou enorme repercussão não somente em Aliança, mas em todo o Estado, devido à gravidade dos atos, em tese, praticados pelo autor. Desta maneira, a Polícia Civil não mediu esforços para que todas as circunstâncias dos fatos fossem cuidadosamente examinadas para que a Polícia Civil pudesse elucidar toda a dinâmica dos crimes praticados. Agora, o investigado deverá enfrentar as sanções da Justiça a fim de responder pelos atos cometidos”, frisou o delegado

(Da Dicom SSP TO)
(Foto: Dicom SSP TO)