FEMINICÍDIO
Acusado de matar companheira a facadas dois dias após sair da cadeia será julgado em júri popular nesta 5ª
O crime ocorreu em 27 de novembro de 2023, na kitnet onde Madalena morava, no Jardim Aureny III

O técnico em enfermagem Felipe Magalhães, de 28 anos, será julgado na manhã desta quinta-feira, 13, pelo Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Palmas. Ele é acusado de assassinar sua companheira, Madalena dos Santos Marques, a facadas no dia 27 de novembro de 2023, no Jardim Aureny III, região sul da capital.
De acordo com informações apuradas pela reportagem da Agência Tocantins, o julgamento está previsto para começar às 8h30, no Fórum de Palmas. Denunciado pelo Ministério Público em dezembro de 2023, Felipe foi pronunciado em setembro de 2024 e agora será submetido ao Tribunal do Júri, onde o Conselho de Sentença decidirá sobre a autoria e as circunstâncias do crime, incluindo a possibilidade de qualificadoras como motivo fútil, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Em nota a Defensoria Pública, responsável pela defesa de Felipe Magalhães, disse por meio de nota não comenta o Tribunal do Júri envolvendo julgamento de pessoas assistidas.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 27 de novembro de 2023, na kitnet onde Madalena morava, no Jardim Aureny III. Conforme as investigações, Felipe Magalhães, sob efeito de álcool e drogas, atacou a companheira com vários golpes de faca, motivado por ciúmes.
Em entrevista exclusiva à Agência Tocantins, o acusado confessou ter matado Madalena, alegando não sentir arrependimento. “Não adianta se arrepender, porque não tem como trazê-la de volta”, declarou. Ele também afirmou ser usuário de drogas desde os 12 anos e que convivia com a vítima há cerca de cinco anos.
Histórico de violência
Felipe havia sido liberado da prisão apenas dois dias antes do feminicídio, após cumprir pena por violação da Lei Maria da Penha, em um crime também cometido contra Madalena.
A Polícia Militar foi acionada via telefone 190 por volta das 17h do dia do crime. Ao chegarem ao local, os militares encontraram Madalena já sem sinais vitais. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) compareceu ao endereço e apenas constatou o óbito.
Madalena foi atingida por duas facadas, uma na altura da cintura e outra no pescoço. O autor do crime foi encontrado sentado na área da casa e não esboçou reação ao ser preso. Ele foi conduzido à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM), onde foi autuado em flagrante por feminicídio. Após os procedimentos legais, foi encaminhado à Unidade Penal Regional de Palmas (UPRP), onde permaneceu preso à disposição da Justiça.
O julgamento de Felipe Magalhães promete mobilizar a comunidade, especialmente por se tratar de um crime brutal cometido logo após sua libertação do sistema prisional.
Íntegra da nota da Defensoria Pública
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins não comenta Tribunal do Júri envolvendo julgamento de pessoas assistidas. Importante informar que todas as pessoas têm direito à defesa, como prevê a Constituição Federal. Nesse sentido, a Defensoria Pública atua de forma a garantir aos seus assistidos que não apresentam defesa particular um julgamento justo e com amplo direito ao contraditório.
(Com informações da Agência Tocantins)
(Foto: Allessandro Ferreira – Agência Tocantins)