PALMAS
Corpo de suspeito de assassinar a própria mãe é liberado do IML e enterrado após quatro dias
Nenhum familiar havia se manifestado para reclamar o corpo de Guilherme Roberto Otaviani Grassi; foi liberado por uma advogada por meio de procuração passada pelo pai
Quatro dias depois do assassinato de Guilherme Roberto Otaviani Grassi, o corpo foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) e enterrado em Palmas. Ele foi encontrado morto na manhã da última quinta-feira, 29, depois de ser apontado como principal suspeito pela morte da própria mãe, a advogada
Segundo apuração do G1 e TV Anhanguera, o corpo foi liberado por uma advogada por meio de procuração passada pelo pai. Desde o momento que foi levado pela equipe do IML parentes não se manifestaram para reclamar o corpo. Ele e a mãe moravam em Paraíso do Tocantins.
Em janeiro, a advogada foi internada com muitos ferimentos e a suspeita era de espancamento. O caso foi parar na polícia e ela acabou morrendo no Hospital Geral de Palmas (HGP) no dia 24 de fevereiro.
O corpo foi sepultado durante a tarde no cemitério Jardim da Paz.
Como Guilherme morreu
Guilherme Roberto Otaviani Grasse, de 29 anos, foi encontrado morto na manhã do dia 29 em uma propriedade rural em Barrolândia, na região central do estado. Ele foi morto a tiros e os indícios apontam para crime de homicídio, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A Polícia Militar e a perícia estiveram na fazenda. O corpo dele foi levado para o IML de Paraíso e passou por exames de necropsia. Na semana passada nenhum parente havia se apresentado, as equipes tentavam localizar o pai de Guilherme e enviaram o corpo para o IML de Palmas.
Quem encontrou o corpo
Um vaqueiro que prestava serviços para a família de Guilherme Roberto Otaviani Grasse, de 29 anos, afirmou que encontrou o jovem caído na entrada da fazenda. José Antônio Lopes disse que quando viu o corpo avisou imediatamente as autoridades.
Em entrevista à TV Anhanguera, o vaqueiro contou que havia combinado com Guilherme que o encontraria na propriedade, na zona rural de Barrolândia, bem cedo. Mas como o jovem não apareceu, ele voltou para cidade.
Mais tarde o vaqueiro tentou contato por telefone com Guilherme, mas ele não atendeu. Então resolveu voltar à fazenda. “Chegando lá, entramos e ele estava morto. Voltei para a rua e chamei a polícia”, disse.
Amiga testemunhou o crime
Uma testemunha contou à Polícia Militar que a casa onde o corpo de Guilherme Roberto Otaviani Grasse, de 29 anos, foi encontrado tinha sido invadida e vasculhada momentos antes do crime. A propriedade rural pertencia a Lourdes Otaviani. Guilherme teria se deslocado para o local durante a semana, após enterrar o corpo da mãe.
Segundo a PM, uma amiga de Guilherme foi encontrada na fazenda e contou que pessoas invadiram o local.
“Tinha uma pessoa que estava dentro da casa, que é amiga da vítima. Ela ouviu as pessoas chegarem, vasculharam a casa, e depois ouviu os gritos e o disparo de arma de fogo. Aí acionou a polícia e a gente deslocou de imediato e deparou com o Guilherme já no local alvejado. Já estava sem vida, no caso”, contou o major Addson Acácio Pimentel, comandante da PM de Paraíso do Tocantins.
Segundo José Antônio, Guilherme estava caído perto de uma cancela, bem na entrada, mas que não quis mexer no corpo. “Não olhei direito, mas acho que era uns três tiros”, contou.
A PM informou que uma amiga de Guilherme estava na fazenda no momento do crime e contou que pessoas teriam invadido o local e vasculhado a casa. Ela também relatou aos militares que ouviu a movimentação desses indivíduos pelos cômodos e depois ouviu gritos e disparos de arma de fogo.
Alguém foi preso?
A perícia esteve na fazenda onde estava o corpo do jovem e o assassinato está sendo investigado pela 6ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Paraíso do Tocantins).
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins disse que a Polícia Civil está investigando as circunstâncias da morte de Guilherme, mas não informou se algum suspeito já foi identificado. Conforme a pasta “informações serão divulgadas em momento oportuno”.
Ele era suspeito da morte da mãe
A advogada Lourdes Otaviani morreu no fim de semana após ficar cerca de 40 dias internada com ferimentos graves que indicaram violência doméstica, mas aos policiais ela disse que tinha sofrido um ataque de cão. O filho era o principal suspeito e foi indiciado, por lesão corporal grave, pela Polícia Civil no começo de fevereiro – antes dela morrer.
“Ficou apurado que a vítima apresentava sinais externos compatíveis com violência doméstica, não era compatível com ataque de um cão. Os outros elementos de prova que foram coletados na investigação demonstraram que o autor, o agressor, seria o próprio filho da vítima”, disse o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.
Segundo a Polícia Civil, Guilherme também era suspeito de envolvimento na morte da avó, em 2021. Nos dois casos, as vítimas foram espancadas e morreram no hospital.
Como ficam as investigações da morte da mãe
O Ministério Público do Tocantins informou que, após a morte de Guilherme, o processo que o denunciava pelo suposto assassinato da mãe, Lourdes Otaviani, será extinto.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Divulgação)