Caso Lourdes Otaviani
Investigação aponta filho como suspeito de espancar advogada que morreu após dias na UTI
Suspeito também responde a processo por espancar avó, que também morreu
A investigação da Polícia Civil aponta que Guilherme Roberto Otaviani Grasse é o principal suspeito pela morte da mãe, Lourdes Otaviani, de 71 anos. Ela era advogada e morreu nesta semana após ficar quase 40 dias internada com ferimentos graves que indicavam violência doméstica.
A advogada já tinha sido agredida em outras ocasiões e teria relatado que os ferimentos eram causados por ataque de cachorro. Após a internação, a Polícia Civil de Paraíso abriu inquérito e indiciou Guilherme por lesão corporal de natureza grave, perigo de integridade física de pessoa idosa e constrangimento ilegal. A investigação tinha sido concluída antes da morte.
“Ficou apurado que a vítima apresentava sinais externos compatíveis com violência doméstica, não era compatível com ataque de um cão. Os outros elementos de prova que foram coletados na investigação demonstraram que o autor, o agressor, seria o próprio filho da vítima”, disse o delegado regional de Paraíso, Bruno Monteiro Baeza.
Guilherme também respondia a uma ação penal por suspeita de crimes semelhantes, contra a avó, que também morreu. “Esse indivíduo responde a uma ação penal que ainda está em tramitação por um fato muito semelhante, naquela ocasião a vítima foi a sua avó. A gente apurou que a avó foi encaminhada para o hospital também, ficou internada e alguns dias depois veio a falecer”, contou o delegado.
A polícia e o Ministério Público pediram a prisão do suspeito ainda durante a investigação, mas o pedido foi negado pela juíza Renata do Nascimento, da vara criminal de Paraíso.
A TV Anhanguera teve a cesso à decisão, do dia 3 de fevereiro, onde a juíza alegou falta de fundamentos e optou por medidas cautelares como a proibição do filho de se aproximar da mãe, que já estava internada no Hospital Geral de Palmas desde o dia 12 de janeiro.
O quadro de saúde da idosa se agravou e ela morreu no fim de semana.
O caso é acompanhado pela Ordem dos Advogados (OAB). “Isso nos causa uma profunda dor. Foi retirada uma colega queridíssima nossa e estamos todos constrangidos com isso”, disse o advogado Whillian Maciel.
O Ministério Público informou que o inquérito, concluído em fevereiro, chegou na promotoria no fim desta segunda-feira (26), após ficar parado na Vara Criminal de Paraíso do Tocantins, e agora o promotor responsável vai analisar o caso para oferecer denúncia.
O Tribunal de Justiça informou que não vai comentar o caso.
Entenda
A advogada Lourdes Otaviani, de 71 anos, morreu depois de passar quase 40 dias internada com múltiplas lesões graves pelo corpo. A Polícia Militar tomou conhecimento do caso no dia 12 de janeiro, quando foi chamada para atender uma ocorrência de violência doméstica.
Uma equipe foi ao hospital em que a advogada estava internada, mas na ocasião ela mal conseguia se comunicar por conta da gravidade dos ferimentos.
A acompanhante de Lourdes disse aos policiais que a idosa foi até sua casa naquele mesmo dia pela manhã com machucados pelo corpo e em seguida o filho de Lourdes veio atrás da mãe, bastante alterado.
Por conta do estado emocional do filho, a mulher que prestou auxílio a Lourdes, pediu ajuda aos militares do Corpo de Bombeiros para levar a idosa para o hospital. Diante dessas informações, a polícia orientou que fosse feito um boletim de ocorrência para averiguar a situação de violência na Delegacia de Polícia Civil.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Foto: Arte/G1)