Comparativo
Palmas chega a 32 homicídios em 2023 com aumento de 255% em relação ano passado

Do dia 1º de janeiro até a manhã desta segunda-feira, 20, foram registrados 32 homicídios em Palmas. O número é 255% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando tinham ocorrido nove mortes.
O levantamento foi feito com base nos dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que registram 31 assassinatos até domingo, 19. Depois disso mais uma morte foi registrada na madrugada desta segunda-feira, 20.
Para o professor Igor de Andrade Barbosa, especialista em direto penal e segurança pública, o aumento no número de mortes violentas está diretamente relacionado ao crime organizado.
“A primeira causa é a atuação cada vez maior de facções criminosas, organizações criminosas vinculadas ao tráfico de drogas no Estado do Tocantins. Não há dúvidas de que há uma escalada e isso gera disputas violentas por pontos de vendas de entorpecentes, gera disputas violentas sob o transporte e distribuição da droga e isso acaba impactando no número de mortes”, comentou.
A onda de violência em Palmas tem se intensificado nas últimas semanas. Só entre a noite de quinta-feira,, 16, e a manhã sexta-feira, 17, tinham sido quatro assassinatos. No fim de semana foram mais cinco homicídios, totalizando nove mortes nos últimos dias. Um dos assassinatos, contra um morador de rua, foi flagrado por câmeras de segurança.
Diante de tantos homicídios as forças de segurança anunciaram medidas para tentar combater a criminalidade na capital. Entre as ações estão o reforço no policiamento e no monitoramento dos presos que estão cumprido pena com tornozeleira eletrônica.
Na semana passada, o delegado de homicídios de Palmas, Israel Andrade, afirmou que apesar do alto número de homicídios a polícia tem conseguido também um alto nível de resoluções dos casos.
O especialista em segurança pública explica que não basta investimento em políticas criminais e de segurança pública. Segundo ele, o crime deve ser combatido, principalmente, com inclusão social.
“Como nós sabemos o crime deve ser combatido na origem. Na ausência do Estado cria-se um terreno livre para que o poder paralelo atue. É muito importante que o Estado tenha essa preocupação. Não se combate ao crime apenas com política criminal e segurança pública. O crime deve ser combatido com inclusão social. É muito importante que o Estado se faça presente com políticas públicas ligadas ao esporte, cultura e educação.”
A repressão ao crime organizado, conforme o especialista, deve ser feita com trabalho policial inteligente, utilizando instrumentos e mecanismos que antecipem e sufoquem as organizações criminosas.
“Em resumo é muito importante investir em inteligência policial, aquela atuação preventiva que desarticula, evita a prática do crime e sufoca o grupo criminoso patrimonialmente”, disse Igor Andrade.
O que diz a Polícia Civil
Nesta segunda-feira, 20, ao ser questionada sobre as últimas mortes, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as equipes da 1ª Divisão Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa – 1ª DHPP de Palmas, bem como a perícia oficial do Estado estiveram em todos locais de crimes, colhendo informações que vão embasar os inquéritos policiais já instaurados, para apurar as circunstâncias e motivação, bem como suas respectivas autorias.
Afirmou ainda que as equipes estão em diligências e mais informações serão repassadas em momento oportuno.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Reprodução)
