Investigações
Relatório da PC aponta que suspeito de matar dono de postos em Palmas tem ligação com o tráfico internacional de drogas

O inquérito da Polícia Civil que investigou o assassinato do empresário Nilton Alcântara Neves, de 60 anos, aponta que Adalto Ramalho da Silva, um dos executores, tem ligação com o tráfico internacional de drogas. De acordo com o relatório policial, a informação é importante por indicar que a motivação do assassinato pode estar ligada com a estrutura criminosa.
A família do empresário afirmou, em nota, que Nilton Alcantara foi um homem trabalhador, honrado e sério junto aos seus compromissos e permanecem confiantes e aguardarão os demais desfechos na conclusão das investigações.
A informação consta no relatório da investigação que a TV e o g1 tiveram acesso com exclusividade. No texto, os investigadores destacam o ex-policial civil Adalto Ramalho foi investigado pela Polícia Federal em 2009 por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Após a investigação ele foi demitido e condenado a prisão.
O inquérito também destacou um relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que identificou três transações para a conta de Eder Pereira, suspeito de atirar no empresário. Os depósitos somam mais de R$ 51 mil e para a polícia esse foi o valor pago pelo assassinato.
Adalto Ramalho e Eder Pereira foram presos nesta terça-feira, 14, no Mato Grosso e transferidos para Palmas. A investigação da polícia conseguiu reconstruir o trajeto deles na capital antes e depois do assassinato do empresário.
Ainda de acordo com o relatório policial, as três contas que fizeram o repasse de dinheiro para Eder eram usadas em um grande esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 67 milhões entre 2020 e 2021.
O rastro do dinheiro levou os policiais a mais 10 pessoas e uma empresa que ainda são investigadas e foram alvo de buscas nesta terça-feira, 14.
Conforme o delegado Eduardo Menezes, responsável pelas investigações, o trabalho continua para confirmar se a morte de Nilton tem relação com o tráfico de drogas internacional e lavagem de dinheiro.
“Há indícios claros de lavagem de dinheiro e aprofundando as investigações nós colhemos informações de que essa lavagem de dinheiro está ligada ao tráfico internacional de drogas. O que a gente precisa pontuar agora, com o aprofundamento dessas investigações, é se esse tráfico de drogas faz parte da motivação do crime”, explicou o delegado Eduardo Menezes.
O que diz a família
Em referência aos cumprimentos dos mandados de prisão e de busca e apreensão efetivados nas últimas 48 horas como desdobramento das investigações acerca do homicídio de Nilton Alcantara Neves, a família – primeiramente, agradece à polícia civil do Estado do Tocantins pelo empenho, competência e efetividade dos atos policiais que vêm a esclarecer a autoria do crime tão cruel, covarde e nefasto.
A família reforça e enaltece que Nilton Alcantara foi um homem trabalhador, honrado e sério junto aos seus compromissos. Foi um marido e pai que, com sua partida, deixou saudades e uma tristeza inconsolável. Os familiares permanecem confiantes e aguardarão os demais desfechos na conclusão das investigações as quais desvendarão as causas que culminaram no crime bárbaro, que vitimou um ente especial e querido.
Prisões e mandados
Os dois suspeitos de participarem da execução do empresário foram presos nesta terça-feira,14, no Mato Grosso. Eles foram transferidos para Palmas em uma aeronave da Polícia Militar e estão na unidade penal da capital.
Um deles, identificado como Eder Pereira da Silva, seria o autor dos disparos contra Nilton e o homem visto em câmeras de segurança do posto e de comércios vizinhos que registraram o crime.
O outro suspeito, Adalto Ramalho da Silva, teria ajudado no planejamento e na fuga do atirador. Ele é um ex-policial de MT e ficou hospedado em hotéis de Palmas nos dias antes do crime, junto com Eder Pereira.
Também foram cumpridos 11 mandados de busca relacionados ao homicídio, sendo sete também em Cuiabá, dois em Ribeirão Preto (SP), um em Rondon do Pará (PA) e um em Palmas.

Entenda
O crime aconteceu no dia 25 de janeiro de 2022 em um posto de combustíveis da ASR-SE 75 (Antiga 712 Sul), que era de propriedade da vítima.
Segundo testemunhas informaram na época do crime, a mulher e os filhos do empresário estavam em outro carro e chegaram ao posto ao mesmo tempo em que Nilton. Ele desceu do carro que estava para falar com a mulher e nesse momento foi baleado com pelo menos seis tiros.
Câmeras de segurança da lanchonete do posto flagraram o momento em que um suspeito de ser o assassino do empresário circulava pelo local.
Outras imagens feitas por câmeras de estabelecimentos vizinhos mostraram a fuga. Nas imagens é possível ver o suspeito descartando o que parece ser a própria camisa e caminhando apressado por uma área deserta.
A investigação apontou que o segundo suspeito estava esperando em um estacionamento e depois eles fugiram pela cidade.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Divulgação)