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BARRA DA GROTA

Secretaria diz que ala de presídio em que Dad Charada morreu é monitorada e laudo da morte fica pronto em dez dias

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O laudo sobre a morte de Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, deve ser finalizado em dez dias. Apontado pela polícia como mandante de pelo menos 50 mortes em Palmas, ele foi encontrado morto em uma ala monitorada do presídio Barra da Grota, em Araguaína, neste domingo, 23.

Dad Charada foi preso no Rio Grande do Sul e transferido para o Tocantins no dia 11 de julho. A princípio ficou na Casa de Prisão Provisória de Palmas, mas dias depois foi transferido para a Unidade Penal Barra da Grota, em Araguaína.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele ficou em isolamento durante todo o tempo que esteve no presídio e a ala onde ele estava é monitorada em tempo integral. A morte é investigada pela 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP – Araguaína).

A família do preso deve processar o Estado, segundo informou a defesa. Os advogados Zenil Drumond e Iago Augusto Marinho disseram que “a responsabilidade civil estatal pela integridade daqueles que estão sob a custódia do Estado é objetiva em face aos riscos inerentes ao meio no qual foram inseridos pelo próprio Estado”.

Afirmaram ainda que a Administração Pública está obrigada a resguardar a vida dos custodiados dentro dos estabelecimentos prisionais mantidos pelo Estado.

A defesa afirma que no dia 19 de julho solicitou que o detento ficasse em uma cela separada. Em e-mail, enviado para o diretor do presídio de Palmas, a defesa afirmou ter conhecimento sobre supostas ameaças de morte que Charada estava recebendo.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins reafirmou que desde que foi recebido na Unidade Prisional Barra da Grota, o detento foi atendido com todos os cuidados voltados aos custodiados do Sistema Penal do Tocantins, respeitando os Direitos Humanos.

Conforme o documento, embora haja evidências de que Charada tenha tirado a própria vida, o caso está sendo investigado pela 2ª DHPP – Araguaína, cuja equipe esteve no local colhendo elementos para a investigação.

Responsabilidade do Estado
Para a representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Maria Lúcia Soares, “o governo do estado tem um dever especial de proteção a todos os custodiados. Isso significa proteção da integridade física e integridade moral”.

Sobre as supostas ameaças que Charada vinha recebendo, a advogada destacou que, nesse caso, o cuidado com o presidiário precisa ser redobrado.

“A princípio o Estado tem que ter esse cuidado [quanto à condição psicológica]. O que acontece é que, nesse caso, por se tratar de um preso provisório, talvez não tivesse dado a oportunidade ou tempo para que o Estado providenciasse esse cuidado. No entanto, ainda assim, deveria ter havido um pouco mais de vigilância, uma vez que há notícias de que ele estaria sendo ameaçado, teria sua vida ameaçada. Se havia ameaças, o Estado deveria ter tido um cuidado maior”, ressaltou.

Onda de violência e mortes em Palmas
Em 2023 Palmas vem passando por uma onda de violência e assassinatos sem precedentes. Até o fim de junho deste ano, a cidade registrou 90 mortes. O aumento é de 210% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando tinham sido 29.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) atribui mais de 60% das mortes à essa guerra de facções. Apesar disso, levantamento feito pelo g1 com dados da própria SSP, apontaram que mais da metade das vítimas de homicídio até 15 de maio não tinham passagem pela polícia.

“É ele [Charada] um dos principais responsáveis, se não o principal, por essa série de mortes”, disse o delegado Eduardo Menezes, da Delegacia de Homicídios de Palmas, durante coletiva feita pela Secretaria de Segurança Pública no dia 12 de julho.

Durante muitos anos ele seria filiado a um grupo criminoso paulista que atua em todo país. Só que recentemente ele passou para outro grupo criminoso de origem carioca e declarou guerra à sua antiga facção.

Lojinha virtual de venda de droga
O perfil meticuloso e empresarial fez o criminoso conhecido como Dad Charada crescer rápido na hierarquia de uma facção criminosa, segundo investigação da Polícia Civil.

Ao mudar de facção, Charada passou a aplicar táticas de marketing digital para vender as drogas em Palmas. Interceptações de mensagens mostram que o grupo tinha aberto lojas virtuais e tinham até uma central de atendimento ao cliente.

Nas redes sociais a polícia encontrou tabelas com o preço das drogas. Em uma das conversas, Charada questiona a um comparsa a demora em fazer publicações nas redes sociais. O grupo tinha outras estratégias como cartão fidelidade para os usuários e até venda de camisas com a identidade visual do grupo.

O que diz a SSP
A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins informa que o laudo cadavérico sobre a morte de Carlos Augusto Silva Fraga, conhecido como Dad Charada, deve ser finalizado em até dez dias e remetido a autoridade policial responsável pela investigação.

A SSP-TO reitera que, embora haja evidências de suicídio, o caso será investigado pela 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP – Araguaína), cuja equipe esteve no local colhendo elementos para a investigação.

Por sua vez, a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) informa que desde o momento de sua recepção na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota (UTPBG), Carlos Augusto Silva Fraga, Dad Charada, foi atendido com todos os cuidados voltados aos custodiados do Sistema Penal do Tocantins, respeitando os Direitos Humanos.

Vale destacar que o custodiado também ficou em isolamento em todo tempo na UTPBG desde o momento de sua chegada.

Esta Secretaria informa ainda que há monitoramento em tempo integral na ala onde o mesmo estava alojado.

A Seciju está prestando todas as informações necessárias, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública, a fim de que sejam sanadas e esclarecidas todas as dúvidas acerca deste caso.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Divulgação)

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