DECISÃO
STF revoga prisão do sobrinho do governador do TO investigado em operação sobre vazamento de informações judiciais
Thiago Marcos Barbosa de Carvalho está preso desde março de 2025 na Unidade Penal de Palmas. Defesa espera alvará de soltura até esta quinta-feira, 31

O advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, investigado em operação que apura vazamento de informações judiciais sigilosas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), teve a prisão preventiva revogada. A decisão é do ministro Cristiano Zanin, relator do processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Thiago é sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é investigado na operação.
Thiago está preso desde o dia 18 de março de 2025, quando a Polícia Federal realizou um desdobramento da Operação Sisamnes, que investiga crimes de obstrução de justiça, violação do sigilo funcional, corrupção ativa e passiva.
A revogação da prisão foi assinada na terça-feira (29). Segundo a defesa do advogado, a previsão é que ele seja solto na quinta-feira (31), quando o alvará de soltura será enviado à Unidade Penal de Palmas. Os advogados Lucas Mendonça Cavalcante, Evellin Faquini Moura Coelho e Beatriz Castro Cavalcante informaram que a partir de agora vão trabalhar para comprovar a inocência do cliente (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
Para a decisão, o ministro considerou que como os outros investigados na operação – o prefeito de Palmas Eduardo Siqueira Campos (Podemos), o policial civil Marco Augusto Velasco Nascimento Albernaz e o advogado Antônio Ianowich Filho – também tiveram a prisão revogada, os mesmos efeitos devem ser aplicados no caso de Thiago Barbosa.
Entretanto, a soltura deverá obedecer medidas cautelares, que são a proibição de contato com qualquer investigado das Operações Sisamnes, Fames-19 (apura o desvio de dinheiro na distribuição de cestas básicas) e Máximus (apura venda de sentenças na Justiça do Tocantins); e a retenção do passaporte, não podendo o investigado deixar o Brasil.
Entenda a prisão
Conforme o inquérito da Polícia Federal, Thiago teria tido acesso total à investigação da Operação Fames-19 e teria repassado ao tio, Wanderlei Barbosa. O governador não é alvo da investigação da Operação Sisamnes, mas por meio da defesa, informou na época que não recebeu nenhuma informação privilegiada, pois já estava habilitado no inquérito.
Na época da prisão, o advogado trabalhava como assessor jurídico do Ministério Público do Tocantins (MPTO), mas diante da situação foi exonerado pelo órgão ainda no dia 18 de março.
O vazamento das informações privilegiadas, segundo os investigadores, acabava frustrando o andamento de operações policiais.
A decisão que determinou a prisão preventiva de Thiago também A operação investiga outros advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados no suposto esquema, e durante as ações, foram expedidas medidas de afastamento das funções públicas, proibição de contato e saída do país, e recolhimento de passaportes contra os alvos.
Íntegra da nota da defesa de Thiago Barbosa:
Os advogados Lucas Mendonça Cavalcante, Evellin Faquini Moura Coelho e Beatriz Castro Cavalcante, receberam com serenidade a decisão do eminente Ministro Cristiano Zanin, nos autos da Pet. 13.546, que com o costumeiro brilho e cultura jurídica, revogou a prisão preventiva do Dr Thiago Marcos Barbosa Castro de Carvalho, que agora poderá responder à imputação que lhe foi dirigida com sua liberdade restabelecida e assim comprovar sua inocência.
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)