POLÍTICA
Wanderlei Barbosa reage a afastamento do STJ e afirma que contratos investigados são da gestão anterior
Os pagamentos sob investigação ocorreram entre 2020 e 2021

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), reagiu à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que determinou seu afastamento do cargo por 180 dias no âmbito da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 3.
A investigação apura suspeitas de desvio de recursos públicos em contratos para compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Os pagamentos sob investigação ocorreram entre 2020 e 2021, período em que Barbosa ainda era vice-governador e não exercia a função de ordenador de despesas.
Nota oficial
Em nota oficial, o governador disse ter recebido com surpresa a decisão e classificou a medida como “precipitada”. Ele reiterou que os contratos investigados foram firmados na gestão anterior, quando ainda não tinha responsabilidade sobre a execução das despesas.
“Recebo a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) com respeito às instituições, mas registro que se trata de medida precipitada, adotada quando as apurações da Operação Fames-19 ainda estão em andamento, sem conclusão definitiva sobre qualquer responsabilidade da minha parte”
Avaliação de especialistas
Para especialistas ouvidos pela Agência Tocantins, o afastamento do governador pode trazer prejuízos políticos e administrativos ao Estado. Eles ressaltam que Barbosa vem reiterando desde o início das investigações que os contratos em análise foram firmados ainda na gestão anterior, quando era vice-governador, o que levanta questionamentos sobre a proporcionalidade da medida.
Na avaliação dos analistas, a decisão pode representar um abalo à estabilidade política do governo, além de abrir espaço para disputas que fragilizam a condução da gestão estadual. Há também a leitura de que Barbosa estaria sendo injustiçado e diretamente prejudicado politicamente, em um cenário que pode influenciar o andamento de sua administração e seus projetos.
Próximos passos
Com o afastamento, o governo do Tocantins deverá ser assumido interinamente pelo vice-governador até nova decisão judicial. O inquérito que tramita no STJ segue em sigilo, e a Polícia Federal mantém as diligências no Estado e em outras unidades da federação para aprofundar a coleta de provas.
(Com informações da Agência Tocantins)
(Foto: Divulgação)