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Caso Bruno Karajá

Festas e rituais estão suspensos desde que menino indígena desapareceu na Ilha do Bananal: ‘Aldeia está triste’, diz tio

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Há dez dias a Aldeia Macaúba, na Ilha do Bananal, sofre com a ausência de Bruno Karajá, menino de 11 anos que desapareceu no domingo, 21, durante uma pescaria com o pai. Desde então todas as atividades comuns dos povos Karajás foram suspensas na comunidade. Quem conta sobre a nova e triste rotina da aldeia é o tio da criança, Urania Karajá.

“Aqui na aldeia está tudo parado. Parou tudo. Festas, rituais, cultura… tudo parado por causa do Bruno desaparecido. A aldeia está triste”, relata.

A aldeia compartilha o sofrimento dos pais e dos seis irmãos de Bruno. As buscas mobilizam a comunidade desde o dia do desaparecimento. Os indígenas se organizam em mutirões para participarem dos trabalhos durante toda a madrugada. Na segunda-feira, 22, os bombeiros chegaram ao local. A equipe cresceu progressivamente a medida em que barreiras climáticas e geográficas atrasavam as buscas.

A rotina das mulheres indígenas também não é mais a mesma. Os grupos que em outros tempos se reuniam para coletar frutas, agora entram na mata fechada esperando encontrar pegadas, ou qualquer vestígio do menino.

Nesta terça-feira (30), décimo dia de buscas, Urania Karajá se mostra dividido entre a esperança de encontrar a criança com vida e o desalento das varreduras que acontecem dia após dia, mesmo sem novas pistas.

“Tem hora que eu choro, tem hora que eu espero”, diz o tio.

Desde que o indígena desapareceu, uma força-tarefa foi criada e buscas são feitas durante todo o dia, seja pela terra, pelo céu ou pelas águas. Conforme o último boletim dos bombeiros nenhuma pista consistente da criança foi encontrada pela equipe na segunda-feira (29), mas as buscas na região continuam por tempo indeterminado até que Bruno seja encontrado.

Diário das buscas
Inicialmente as buscas foram feitas pelos próprios indígenas no dia 21, após Bruno desaparecer. Nesse dia um vaqueiro disse ter visto a criança a cerca de 15 km da aldeia Macaúba.

Na segunda-feira (22), equipes do Grupamento Aéreo da Polícia Militar em apoio ao Grupo de Resgate dos Bombeiros foram até a região onde o menino desapareceu. Lá eles rastrearam vestígios e pegadas do menino. No dia chovia muito e a água chegou a apagar algumas marcas.

Na terça-feira (23), um grupo de indígenas esteve durante a noite na mata para intensificar as buscas. Segundo o tio do menino, Urania Karajá, foram encontradas evidências de que a criança estava na região.

No dia 24, as equipes que já atuavam nas buscas receberam apoio de militares do Mato Grosso. A família chegou a ter um pequeno alívio ao receber a notícia de que um cacique de uma aldeia da região teria avistado a criança, mas que ao tentar chegar perto, o menino teria corrido. Ainda na quarta-feira, o último cachorro que o acompanhava Bruno voltou sozinho para casa.

As buscas continuaram na quinta-feira (25), mas não houve pistas sobre o menino. Na sexta-feira (26), um helicóptero da Polícia Militar de Mato Grosso foi para a Ilha do Bananal e sobrevoou a região para ajudar nas buscas. No mesmo dia representantes das forças de segurança e indígenas se reuniram para estabelecer novas estratégias.

No sábado (27) os trabalhos começaram por volta de 12h por causa das chuvas intensas na região. Segundo os bombeiros, os serviços foram feitos em uma área bem maior se comparado aos dias anteriores e muitos indígenas ajudaram nas buscas. No final da tarde um helicóptero voltou para Palmas. Na região continuaram bombeiros, indígenas e três militares do Mato Grosso.

Mesmo com todo o suporte não foram encontradas pistas de Bruno no domingo (28) e na segunda-feira (29). Equipes têm trabalhado na região debaixo de sol e chuva para encontrar a criança de 11 anos.

O local onde as buscas estão concentradas fica entre as cidades de Santa Terezinha (MT) e Pium (TO).
(Com informações do G1 Tocantins)
(Foto: Divulgação)

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