ENTRETENIMENTO
Justiça absolve acusado de matar carroceiro atropelado e debochar na TV; crime aconteceu há 13 anos

César Eduardo Dias Ferreira foi absolvido da acusação de homicídio doloso contra o carroceiro Raimundo Gonçalves Lima. O réu estava dirigindo o veículo que atropelou e matou a vítima em Araguaína, no norte do Tocantins, em 2008. O julgamento aconteceu na manhã desta terça-feira, 22, no Fórum da cidade. Na época do crime, o motorista chegou a debochar da situação em entrevista para a TV Anhanguera.
“O César nunca agiu com culpa ou dolo nesse fato. Houve uma inversão de valores, o processo foi tumultuado e fizemos 19 recursos até encontrarmos uma plausibilidade de julgamento. Fez-se a justiça que nós estamos buscando há quase 14 anos”, comentou o advogado Paulo Roberto.
O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão.
Durante o júri foram ouvidas duas testemunhas de acusação e uma de defesa. Cesar Eduardo responde em liberdade e não compareceu ao Fórum. A imprensa não teve a entrada permitida pela Justiça.
Após cinco horas de julgamento os jurados reconheceram a autoria e materialidade do crime, mas desclassificaram o delito porque entenderam que não houve dolo eventual – intenção do réu em matar a vítima.
Com isso a competência para julgar o caso passou a ser exclusiva do juiz, isso porque o Tribunal do Júri só julga crimes dolosos contra a vida – ou seja, quando há intenção clara. O magistrado também entendeu que havia dúvidas e acabou absolvendo o acusado.
Entre os jurados, a votação que decidiu se houve ou não intenção de matar ficou em 4 a 3.

O crime
Na época Cézar Eduardo era estudante de odontologia e estaria dirigindo bêbado. Quando morreu, Raimundo Gonçalves tinha 84 anos. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital em decorrência de um traumatismo craniano. O julgamento do caso foi marcado e adiado em várias ocasiões, a última delas em 2019.
Na época do acidente, César Ferreira se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi levado ao Instituto Médico Legal (IML), onde fez o exame de sangue. Ele teve a carteira de motorista apreendida e foi preso em flagrante, mas atualmente responde ao processo em liberdade.
Depois de atropelar e matar o carroceiro, o estudante não se constrangeu ao descrever o acidente. “Foi eu. Eu vinha vindo, o jovem entrou na parada e eu pam nele!” E ainda ironizou a situação. “Vai lá, bota no ar. É pra botar no ar! Muito louco”, disse à reportagem.
(Com informações do G1 Tocantins)