Connect with us

POLÍTICA

Após ser liberado por decisão liminar do STJ, ex-governador Mauro Carlesse critica prisão e nega tentativa de fuga do País

O pedido de habeas corpus da defesa foi atendido pelo ministro do STJ, Antônio Saldanha Palheiro

Publicado

on

Na manhã desta quarta-feira, 19, após ser liberado por decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e passar 64 dias preso, o ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse, (Agir) fez sua primeira declaração pública sobre o caso, classificando sua prisão como “injusta” e “absurda”. Ele negou qualquer intenção de fugir do país e afirmou que sempre esteve à disposição da Justiça.

Durante entrevista coletiva à imprensa, o ex-governador foi questionado pela reportagem da Agência Tocantins sobre quais procedimentos seriam adotados após o cumprimento do alvará de soltura.

O pedido de habeas corpus da defesa foi atendido pelo ministro do STJ, Antônio Saldanha Palheiro. Os efeitos da decisão também beneficiaram o ex-secretário Claudinei Aparecido Quaresemin, sobrinho do ex-governador e também investigado, além de outros réus no processo:

  • Rolf Costa Vidal
  • Ênio Walcacer de Oliveira Filho
  • Servilho Silva Paiva
  • Wilson Oliveira Cabral Júnior
  • Juliana Moura Amaral Quintanilha
  • Iolanda de Sousa Pereira
  • Lucélia Maria Marques Bento
  • Raimunda Bezerra de Souza
  • Cristiano Barbosa Sampaio
  • Cinthia de Paula Lima
  • Gilberto Augusto Oliveira Silva
  • Ronan Almeida Souza

“Fugir de quê?”

“Foi uma injustiça muito grande prender um homem que sempre trabalhou e, de repente, ser surpreendido com uma prisão sem fundamento, com a acusação de que eu ia fugir do Brasil. Fugir de quê, se meu processo está parado? O próprio juiz da Vara pediu provas para o Ministério Público, e nós aguardávamos para fazer nossa defesa”, declarou Carlesse.

O ex-governador ressaltou que nunca se esquivou da Justiça e que seus advogados sempre atenderam às solicitações judiciais. Ele lamentou o ocorrido e sugeriu que sua prisão teve motivação política. “Infelizmente, estou sendo perseguido de uma forma que eu não aceito, e vou lutar até o fim pela minha inocência”, afirmou.

Negativa de fuga e relação com a Itália

Carlesse foi preso sob a suspeita de que estaria tentando deixar o Brasil, já que possui passaporte italiano e identidade uruguaia. No entanto, ele refutou qualquer plano de fuga.

“Jamais eu iria fugir. Não tem motivo para isso. Eu sou empresário, tenho negócios e sempre viajei para o exterior. Depois que saí do governo, já fiz cinco ou seis viagens internacionais, e nunca houve qualquer problema. De repente, sou surpreendido com uma prisão absurda”, disse

Ele também rebateu a alegação de que teria se escondido para evitar a prisão. “Dizem que o oficial de Justiça não me encontrou. Não achou porque não foi na minha casa ou nos lugares onde eu estou. Eu jamais fugiria. Meus processos estão todos lá, e eu preciso dos documentos para fazer minha defesa”, explicou.

Sobre a suspeita de que teria alugado uma casa na Itália para escapar da Justiça, Carlesse explicou que a decisão foi tomada por questões econômicas e familiares.

“Quando soube que poderia receber minha documentação de cidadania italiana, eu ai com minha família para a Itália. Tínhamos que ficar lá por 40 dias. O que era mais barato? Um hotel ou uma casa? Foi apenas isso. Agora, onde está o crime nisso?”, questionou.

Críticas à Justiça e à prisão durante o recesso

O ex-governador também criticou a forma como sua prisão foi conduzida, especialmente por ter ocorrido durante o recesso do Judiciário, o que, segundo ele, dificultou a atuação de sua defesa.

“Eu fui preso num domingo, sem nenhuma notificação prévia ou medida cautelar. De repente, chega a polícia com um mandado de prisão dizendo que eu ia fugir do país. Eu disse: ‘Será que você está falando com a pessoa errada?’. Não houve aviso, nada. Me prenderam na véspera do recesso, e, com isso, qualquer pedido da defesa era ignorado. Parece que tem gente que tem ódio, raiva. Fiquei 64 dias preso injustamente. Se não fosse Brasília, não sei até quando ficaria”, afirmou.

Por fim, Carlesse reforçou sua confiança na Justiça e disse que seguirá defendendo sua inocência. “A maldade não pode continuar. A perseguição política é clara, mas eu confio na Justiça e vou lutar até o fim.”

Medidas cautelares

O documento que determinou a soltura foi assinado pelo ministro Antônio Saldanha Palheiro. No lugar da prisão, o ministro estipulou as seguintes medidas cautelares:

  • Comparecimento bimestral em juízo;
  • Proibição de manter contato com investigados e testemunhas do processo;
  • Proibição de se ausentar da comarca;
  • Proibição de ocupar cargos ou funções públicas no Tocantins;
  • Proibição de deixar o país sem autorização judicial.

A prisão do ex-governador aconteceu no dia 15 de dezembro de 2024, em cumprimento a um mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas. Ele foi detido quando seguia para uma fazenda na zona rural de São Valério.

Segundo investigação do Gaeco, Carlesse é suspeito de arquitetar um plano de fuga com seu sobrinho Quaresemin. Eles já teriam providenciado documentos e residência no Uruguai e na Itália.

(Com informações da Agência Tocantins)

(Foto: Patrícia Alves – Agência Tocantins)

Copyright © 2024 - Araguaína Urgente