CAPA
Família diz que não concorda com o resultado das investigações e que vai acionar Gecep do MPE
Após a Polícia Civil (PC) divulgar nessa quarta-feira, 11, que a morte do servidor público municipal Wagner Fernandes de Araújo, 58 anos, se deu em razão de acidente doméstico, a família enviou nota à imprensa nessa quinta-feira, 12, para comunicar que não concorda com o resultado das investigações.
Em um trecho da nota, a família enfatiza que tomou conhecimento por meio da imprensa. “A antes de convocar uma coletiva de imprensa, por uma questão de humanidade, a Polícia Civil deveria ter apresentado o conjunto probatório apurado à família, a maior interessada no esclarecimento”, criticou.
No documento, a família enfatizou que todas as informações que foram passadas pelas equipes médicas “dão conta de que Wagner tinha traumatismo craniano, com afundamento de crânio, além de hematomas, escoriações e um corte na orelha esquerda, os quais não indicariam se tratar de uma queda, mas de fortes agressões”, relatou a família na nota.
“É preocupante essa midiatização, com convocação de coletiva de imprensa, para apresentação da conclusão do caso por parte da polícia, justamente num momento de disputa eleitoral, induzindo a uma politização do fato, o que não é e nunca foi do interesse da família, curiosamente pouco depois de o governador do Estado, e outras autoridades estaduais manifestarem apoio à reeleição do atual gestor em Miracema, cuja militância e apoiadores políticos têm se utilizado do fato para fazer sensacionalismo político através das redes sociais, para atingir a candidata Camila Fernandes”, ressaltou a nota
“Além do mais, em conversas com alguns policiais que acompanharam o caso, a família foi informada que havia uma determinação superior para que as investigações fossem concluídas ainda no decorrer desta semana, impreterivelmente, curiosamente, antes das eleições”. A informação é de outro trecho da nota.
Por fim, a família informou que “vai acionar o Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep), do Ministério Público Estadual (MPE), para que acompanhe o caso, bem como requererá acesso a todos os elementos probatórios colhidos nos autos do inquérito policial”
Leia a íntegra da nota
“A família de WAGNER FERNANDES DE ARAÚJO, irmão da candidata a Prefeita de Miracema e viúva de Moisés Costa da Silva, Camila Fernandes, vem por meio da presente esclarecer a toda a sociedade tocantinense o seguinte:
1. A família não foi informada oficialmente pela Polícia Civil sobre as conclusões da investigação, sobre os elementos de prova colhidos e as evidências apontadas pela Polícia para concluir pela ocorrência de morte acidental, tendo tomado conhecimento apenas por meio da imprensa, o que lamenta profundamente, pois entende que antes de convocar uma coletiva de imprensa, por uma questão de humanidade, a Polícia Civil deveria ter apresentado o conjunto probatório apurado à família, a maior interessada no esclarecimento da causa da morte de Wagner;
2. A família não concorda com o resultado das investigações, haja vista que contraria todas as informações que foram passadas pelas equipes médicas que acompanharam Wagner Fernandes, desde o primeiro atendimento, até o atendimento ocorrido no HGP, onde os médicos informavam que as lesões existentes eram compatíveis com agressão, e não com queda acidental, sendo, inclusive, orientados a proceder ao registro do boletim de ocorrência.
3. As informações dão conta de que Wagner tinha traumatismo craniano, com afundamento de crânio, além de hematomas, escoriações e um corte na orelha esquerda, os quais não indicariam se tratar de uma queda, mas de fortes agressões.
4. Muito embora seja louvável a celeridade na investigação de crimes por parte da Polícia, fato é que neste caso específico é de causar espanto, não apenas a rapidez em concluir pela morte acidental, mas também a necessidade e a preocupação em convocar uma coletiva de imprensa para dar publicidade ao resultado, antes mesmo de dar conhecimento à família.
5. A família gostaria muito que esta mesma celeridade, efetividade e interesse fossem aplicados à investigação da morte de Moisés Costa da Silva, com mais de dois anos e dois meses sem uma resposta.
6. É preocupante essa midiatização, com convocação de coletiva de imprensa, para apresentação da conclusão do caso por parte da polícia, justamente num momento de disputa eleitoral, induzindo a uma politização do fato, o que não é e nunca foi do interesse da família, curiosamente pouco depois de o governador do Estado, e outras autoridades estaduais manifestarem apoio à reeleição do atual gestor em Miracema, cuja militância e apoiadores políticos têm se utilizado do fato para fazer sensacionalismo político através das redes sociais, para atingir a candidata Camila Fernandes.
7. Além do mais, em conversas com alguns policiais que acompanharam o caso, a família foi informada que havia uma determinação superior para que as investigações fossem concluídas ainda no decorrer desta semana, impreterivelmente, curiosamente, antes das eleições.
8. A família esclarece que encaminhará representação ao GECEP – Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público Estadual para que acompanhe o caso, bem como requererá acesso a todos os elementos probatórios colhidos nos autos do Inquérito Policial, bem como outros que a família possa levantar e, havendo elementos suficientes, representará ao Ministério Público Estadual, por intermédio da Promotoria de Justiça de Miranorte, para que reabra a investigação, pois a família não está convencida da conclusão da polícia.
Respeitosamente,
A Família de
Wagner Fernandes de Araújo”
Entenda o caso
A Polícia Civil (PC) apresentou na manhã dessa quarta-feira, 11, a conclusão da investigação sobre a morte do servidor público municipal Wagner Fernandes de Araújo, 58 anos, ocorrida no dia 1º de novembro, em Dois Irmãos, região central do Estado. O resultado das investigações foi apresentado durante coletiva de imprensa realizada na sala de reuniões da Secretaria da Segurança Pública (SSP).
Durante a coletiva, o delegado-chefe da 6ª Divisão de Repressão ao Crime Organizado (6ª Deic de Paraíso do Tocantins), Hismael Athos e responsável pela condução das investigações, informou que Wagner foi vítima de acidente doméstico e que não há elementos que comprovem a participação de outras pessoas nos fatos.
(Da Redação)