CAPA
Desemprego cresce 15,3% no TO e 53,8% dos domicílios recebem auxílio do governo, aponta IBGE
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid19 mensal revela que, em junho, cerca de 53,8% do total de domicílios tocantinenses receberam algum auxílio relacionado à pandemia (como o auxílio emergencial e o benefício emergencial de preservação do emprego e da renda). Em maio, o benefício atingiu cerca de 50,2% dos lares.
Os dados divulgados nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam também o aumento da desocupação: 15,3% (ou cerca de 10 mil pessoas) perderam postos de trabalho no estado.
Conforme a pesquisa, em termos populacionais houve incremento no contingente de beneficiados direta ou indiretamente com algum auxílio do governo. Em junho, cerca 60,2%, ou seja, mais da metade dos tocantinenses residiam em lares onde pelo menos um morador recebeu ajuda financeira relacionada à pandemia. Em maio, a proporção foi de 57,3%. Por outro lado, o percentual de domicílios em que algum morador recebia transferência de renda do Programa Bolsa Família caiu, passando de 16,8%, para 11%.
Em relação ao mercado de trabalho, dos 605 mil tocantinenses de 14 anos ou mais que estavam ocupados em junho, cerca de 90 mil estavam afastados do trabalho e, entre estes, 34 mil deixaram de receber remuneração, o equivalente a 38,2% dos trabalhadores afastados. Em maio, este percentual chegou a 44%, o equivalente a 50 mil pessoas ficaram sem renda.
Das 90 mil pessoas que estavam afastadas de seu trabalho, 74 mil (ou 12,2% do total da população ocupada no Tocantins) tinham como justificativa o distanciamento social, as demais estavam afastadas por motivo de doença, licença maternidade, férias, qualificação, entre outros. Das pessoas ocupadas e não afastadas do trabalho, 34 mil trabalhavam de forma remota.
Frente a maio, o número de pessoas afastadas de sua ocupação diminuiu, passando de 114 mil para 90 mil e o percentual de trabalhadores tocantinenses afastados devido à pandemia caiu de 15,9% para 12,2%. Por outro lado, ficou estável a proporção de pessoas que realizavam seus trabalhos de forma remota (6,3% em maio contra 6,6% em junho).
De acordo com a pesquisa, de maio para junho aumentou no Tocantins (de 38,2% para 42,6%) o percentual de pessoas que não estavam inseridas no mercado, mas que gostariam de trabalhar apesar de não terem procurado emprego. Cresceu também o contingente daqueles que alegaram a pandemia ou a falta de trabalho na localidade como principal motivo para não buscar uma ocupação, passando de 25,6% para 27%.
Em junho, 3,5% dos tocantinenses ocupados (ou 18 mil pessoas) trabalharam menos do que a sua jornada habitual, enquanto cerca de 122 mil pessoas trabalharam acima da média normalmente realizada (23,7%). Já a média semanal de horas efetivamente trabalhadas (31h) no Tocantins ficou abaixo da média habitual (40h).
Desocupação
No Tocantins, a taxa de desocupação foi de 11% em junho, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação a maio (9,7%). O crescimento da taxa foi observado na média nacional (de 10,7% para 12,4%) e em todas as grandes regiões, passando de 11,2% para 13,2% no Nordeste, de 10,9% para 12,9% no Sudeste, de 11,4% para 12,4% no Centro-Oeste, de 11,0% para 12,3% no Norte e de 8,9% para 10,0% no Sul.
Em junho, a PNAD Covid19 estimou que o Tocantins tinha 1,2 milhão pessoas com 14 anos ou mais de idade, a chamada população em idade de trabalhar. A população na força de trabalho era de 680 mil, dos quais 605 mil eram ocupados e 75 mil desocupados (aqueles que não estão trabalhando, mas continuam à procura de uma vaga). A população tocantinense fora da força de trabalho somava 546 mil.
Em relação a maio, o contingente de pessoas na força de trabalho cresceu 0,6% e o de pessoas fora da força 0,3%. Houve redução de 1% no total de pessoas ocupadas e aumento de 15,3% no total de desocupados. No país o percentual de pessoas que ficaram sem trabalham cresceu 16,6%. Em todas as grandes regiões, houve aumento na desocupação, sendo a maiores variações observadas no Sudeste (18,8%) e Nordeste (18,6%) e a menor no Centro-Oeste (9,1%).
(Wendy Almeida)