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IBGE estima que 5,6% dos tocantinenses realizaram testes para covid-19 até julho e 2,2% não adotaram o isolamento

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que desde o início da pandemia, até julho, cerca de 5,6% da população tocantinense (89 mil pessoas) haviam feito algum teste para diagnóstico da Covid19. Até o final do mês passado, 1,5% do total da população do estado, ou seja, cerca de 24 mil pessoas, obtiveram resultado positivo no teste (ou nos testes) que realizaram. Quanto ao comportamento diante da pandemia, 35 mil pessoas (2,2% da população) não adotaram qualquer medida de restrição.

Os exames foram feitos quase na mesma proporção por mulheres (6,3% do total de mulheres no estado) e homens (5,0%), mas, principalmente, por pessoas de 20 a 29 anos de idade (8%) e 30 a 59 anos (7%). Quanto maior o nível de escolaridade, maior foi o percentual de pessoas que fez algum teste. Entre as pessoas sem instrução ao fundamental incompleto, 3,2% e, entre aqueles com superior completo ou pós-graduação, 9,9%. Quanto maior a classe de rendimento domiciliar per capita, também é maior o índice de testagem para Covid19, chegando a 10,9% para as pessoas com maior renda (quatro ou mais salários mínimos), e 2,2% para aqueles com menos de meio salário mínimo.

A testagem (SWAB, teste rápido e/ou coleta de sangue através da veia no braço) foi um dos seis novos temas abordados em julho pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid19), que faz parte das Estatísticas Experimentais do IBGE. Os outros assuntos pesquisados foram: comorbidades, comportamento (frente ao isolamento social), indicadores escolares, solicitação e aquisição de empréstimos e itens de higiene e proteção.

Em julho, na população tocantinense (estimada em 1,578 milhão), havia 284,4 mil pessoas, ou seja, 18% do total, com alguma das comorbidades pesquisadas, sendo a hipertensão a mais frequente (10,3%). As demais prevalências foram: asma ou bronquite ou enfisema (4,4%); diabetes (3,8%); doenças do coração (2,1%); depressão (1,8%) e câncer (0,6%). Alguns entrevistados citaram mais de uma comorbidade. O percentual de pessoas com alguma doença crônica e que testou positivo para a Covid19 foi de 2,1%, do total da população do estado o índice ficou em 0,3%.

Conforme o IBGE, cerca de 97 mil tocantinenses (6,2% do total da população) apresentaram algum dos 12 sintomas de síndrome gripal pesquisados (febre, tosse, dor de garganta, dificuldade de respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de cheiro ou de sabor e dor muscular.). Em comparação aos meses anteriores houve queda. Em maio, 9,4% da população estava com algum sintoma e, em junho, 7,6%.

O Instituto ainda estimou que 11,4 mil pessoas que moram no Tocantins (0,7% da população) apresentaram sintomas conjugados (simultâneos) de síndrome gripal que podiam estar associados à Covid19 (perda de cheiro ou sabor – febre, tosse e dificuldade de respirar – febre, tosse e dor no peito). Em relação aos dois meses anteriores (que apresentaram percentuais de 0,9%) o índice ficou estável, mas o contingente de pessoas caiu de 14,1 mil em junho para 11,4 mil.

Dos tocantinenses que apresentaram algum dos 12 sintomas, cerca de 25 mil (25,3%) procurou atendimento em estabelecimento de saúde e 72 mil pessoas (74,7%) não buscaram assistência médica. Já das pessoas que tiveram um conjunto de sintomas associados à Covid19, a maioria (7,9 mil ou 69,5%) procurou atendimento, os demais (3,4 mil ou 30,5%) não foram a postos de saúde, UPAs, pronto-socorros nem hospitais públicos ou privados.

Após queda registrada em junho pela PNAD Covid19, voltou a crescer o número de pessoas que possuem plano de saúde no estado. Em julho, 1,320 milhão (84,8%) não tinha o plano de assistência médica e 237 mil tocantinenses (15,2%) era beneficiário. O percentual em maio era de 15,9% e em junho, 14%.

Isolamento social
Quanto ao comportamento diante da pandemia, 35 mil pessoas (2,2% da população) não adotaram qualquer medida de restrição em julho; 484 mil (30,7%) reduziram o contato mas continuaram saindo de casa; 751 mil (47,6%) ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas e 297 mil (18,8%) ficaram rigorosamente isolados.

As mulheres registraram percentuais maiores que os verificados para os homens no cumprimento dessas recomendações. Em relação aos grupos de idade, a restrição ficou maior entre aqueles até 13 anos de idade e entre os com 60 anos ou mais – para estes, 29,1% ficou no domicílio saindo apenas em caso de necessidade ou ficou rigorosamente em casa. Por outro lado, os tocantinenses com faixa etária entre 30 a 49 anos e 14 a 29 anos se destacaram por não terem adotado qualquer medida de restrição (39,8% e 27,7%, respectivamente).

Indicadores escolares
No Tocantins, cerca de 376 mil pessoas de 6 a 29 anos de idade frequentavam escola ou universidade, representando 57,3% da população desta faixa etária. Em relação à disponibilização de atividades escolares, 45% desse grupo não teve atividades, 43,9% teve e 11,1% não teve porque estava de férias. O contingente de pessoas que frequentavam escola mas não tiveram tarefas em julho foi de 169 mil, daquelas que tiveram foi de 165 mil e das que não tiveram por conta das férias foi de 42 mil.

Segundo a pesquisa, cerca de 46,6% dos estudantes tocantinenses do ensino fundamental e mais da metade dos alunos do ensino médio (54,4%) ficaram sem atividades escolares para realizar durante o mês de julho. Por outro lado, na graduação apenas 29,1% dos acadêmicos não tiveram atividades disponibilizadas para realizar.

As pessoas pertencentes às classes mais baixas de rendimento tiveram percentuais maiores de indisponibilidade de atividade escolar. Entre os que viviam em domicílios com rendimento per capita de até meio salário mínimo, 49,7% não tiveram tarefas da escola ou universidade, contra 26,8% nos domicílios com renda de quatro ou mais salários mínimos.

Empréstimos
A PNAD Covid19 de julho também pesquisou o contingente de pessoas que tomaram dinheiro emprestado. No estado, em cerca de 22 mil domicílios (4,5% do total) algum morador solicitou empréstimo. Em 17 mil domicílios (3,6%) o pedido de empréstimo foi atendido e em 5 mil (0,9%) o mesmo não foi concedido. Destaca-se que cerca de 77,3% daqueles lares que solicitaram empréstimo foram atendidos.

Na análise dos pedidos de empréstimos segundo as fontes, a categoria banco ou financeira foi a mais frequente (75,5%). O percentual de domicílios onde algum morador conseguiu empréstimo com amigos ou parentes ficou em 27,2% e com outra pessoa ou local, 4,4%.

Itens de higiene
Outro tema abordado foi a existência de itens básicos de higiene e proteção. Os dados mostram que em quase todos lares tocantinenses haviam sabão ou detergente (99,7%), máscara (98,6%) e água sanitária ou desinfetante (96,5%). O “álcool 70%” estava presente em 95,5% dos domicílios, enquanto as luvas descartáveis estavam presentes em somente 33,1% das unidades domiciliares.

A pesquisa aponta que os itens básicos de higiene e proteção estão mais presentes em domicílios com rendimento per capita mais elevado. Destacam-se no Tocantins a menor presença de álcool 70% entre lares com menos de meio salário mínimo per capita (93,1%) e de luvas descartáveis (28,7%). Esses itens registraram índices de 98,6% e 53,9%, respectivamente, nos domicílios com renda per capita de quatro ou mais salários mínimos.

Cenário nacional
O IBGE estima que apenas cerca de 13,3 milhões de pessoas (6,3% da população) realizaram algum teste para diagnóstico da Covid19 desde o início da pandemia até julho, no Brasil. Desse total, 2,7 milhões (20,4%) tiveram resultado positivo para a doença causada pelo novo coronavírus.

A Unidade da Federação com o maior percentual de testes realizados desde o início da pandemia foi o Distrito Federal (16,7%), seguida por Amapá (11,0%) e Piauí (10,5%). Por outro lado, Pernambuco registrou o menor percentual (4,1%), seguido por Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul (os três com 4,5%). Tocantins ficou com o 8º menor índice.

Quanto às medidas de isolamento social diante da pandemia, 4,1 milhões (2,0% da população) não adotaram qualquer medida de restrição; 64,4 milhões (30,5%) reduziram o contato mas continuaram saindo de casa; 92,0 milhões (43,6%) ficaram em casa e só saíram em caso de necessidades básicas e 49,2 milhões (23,3%) ficaram rigorosamente isolados.
(Da Redação)

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