O diagnóstico de morte encefálica é sempre recebido
com o peso de uma perda, no entanto, quando a família decide prolongar o legado
de um ente próximo e autoriza a doação de órgãos, outras vidas se acendem na
esperança de uma nova chance. Foi assim que na noite dessa quinta-feira, 21, a
família de um jovem de 23 anos, vítima de acidente de trânsito, permitiu que
cinco pacientes recebessem a notícia que representa uma nova oportunidade em
suas vidas.
A Comissão Intra-hospitalar de Doação de
Orgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), do Hospital Geral de
Palmas (HGP), foi a responsável pela abordagem familiar para a liberação
da captação. Além das córneas, foram captados fígado e rins, destinados a
pacientes de Brasília, Goiânia e Curitiba.
O Estado também conta com o Banco de Olhos Público
do Tocantins (Boto) que realiza a captação, o processamento, a
preservação e o armazenamento de córneas captadas e irá realizar o transplante
do órgão em dois pacientes tocantinenses contemplados com esta captação.
Envolvida na operação, a equipe do Instituto de
Cardiologia do Distrito Federal, que contou com seis profissionais, desembarcou
em Palmas para fazer, junto com as equipes do HGP, a coleta dos órgãos com toda
agilidade necessária para que o transplante ocorresse com êxito.
“É gratificante ver o empenho da equipe em tornar a
captação possível e ter sucesso em seu empenho”, comemorou Leonardo Toledo,
diretor-geral da Unidade.
“Temos visto grandes avanços na saúde do Tocantins
e temos mais uma demonstração do preparo das equipes que atuam nos hospitais da
gestão estadual”, afirma Edgar Tollini, secretário de Estado da Saúde. “É
significante colocar o Tocantins na rota dos transplantes e colaborar com a
diminuição da fila de transplantes no país”, finaliza.
Doação de órgãos
Para ser doador de órgãos, é necessário comunicar à
sua família seu desejo de doar, uma vez que eles serão os únicos responsáveis
pela autorização da captação.
Os órgãos doados irão para pacientes que necessitam
de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera única e
nacional. A compatibilidade entre doador e receptores é determinada por exames
laboratoriais e a posição em lista é determinada com base em critérios, como
tempo de espera e urgência do procedimento.