AGENDA SOCIAL
Uma boa notícia: Vacina da febre amarela pode ser a solução contra o vírus Zika
Nos últimos meses, a dengue avançou de forma assustadora no Tocantins, deixando a autoridades em estado de alerta geral. O mosquito transmissor da doença, especialmente a Zika, pode matar em poucos dias.
Enquanto o mosquito avança, pesquisadores de todo o mundo tenta encontrar uma vacina capaz de combater com eficiência o mosquito causador da Zika. Algumas pesquisas já estão em fase avançada. Mas o que muita gente não sabe é que o Brasil está perto de encontrar a solução para combater o mosquito.
A boa notícia vem de pesquisadores brasileiros do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que acreditam que a vacina da febre amarela pode ser a solução para o combate à zika. Segundo Jerson Lima Silva, um dos pesquisadores, os resultados são animadores. “Talvez a solução estivesse na nossa frente o tempo todo”, diz o médico.
Enquanto cientistas do mundo correm em busca de uma vacina contra o vírus Zika, pesquisadores no Rio de Janeiro constataram que a resposta pode estar em uma vacina amplamente disponível, testada e adotada mundialmente: a da febre amarela.
À frente da pesquisa estão dezesseis pesquisadores da UFRJ e da Fundação Oswaldo Cruz. Eles concluíram que vacina da febre amarela protegeu camundongos da infecção do vírus em laboratório, reduzindo a carga do vírus no cérebro e prevenindo deficiências neurológicas. ” Nossa pesquisa mostra que uma vacina eficiente e certificada, disponível para uso há diversas décadas, efetivamente protege camundongos contra infecção do vírus Zika”, diz o estudo, publicado online que ainda precisa passar pelo processo de revisão por pares exigido por periódicos científicos, que têm um trâmite demorado.
A pesquisa foi conduzida ao longo de dois anos. O grupo trabalha agora para entender os mecanismos de proteção contra o vírus desenvolvidos a partir da vacina da febre amarela.
Entenda
A corrida por uma vacina contra a zika começou em 2016, quando se comprovou a suspeita de que a doença recém-chegada ao Brasil, até então considerada inofensiva, era a causa do surto de bebês que nasciam com microcefalia e malformações neurológicas – conjunto de sintomas hoje designado como síndrome da zika congênita.
O surto levou o governo brasileiro e a Organização Mundial da Saúde a decretarem situações de emergência, posteriormente suspensas. Além dos graves defeitos que pode causar nos bebês durante a gestação, a zika é associada ao surgimento da síndrome de Guillain-Barré em adultos.
Vírus semelhantes
Tanto a zika e quanto a febre amarela são transmitidos por vírus da família dos Flavivírus. A estruturas biológicas dos vírus são semelhantes, o que inspirou a equipe no Rio a testar os efeitos da vacina de febre amarela sobre o vírus Zika.
Dengue no Tocantins
Tocantins saltou de 210 para 3.085 mil casos no primeiro mês de 2019. Os números da doença no Brasil aumentaram 149% em comparação com 2018. Isso quer dizer que o Estado lidera o ranking no país em casos de dengue. O aumento foi superior a 1000% em casos de dengue. Os dados são do Ministério da Saúde, e o período analisado foi até o dia 2 de fevereiro.
Dados estaduais
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins mostram que os casos continuam aumentando. Até o dia 21 de fevereiro foram notificados 5.246 casos em 2019, contra 257 em 2018. Foram notificados em 106 dos 139 municípios do estado. Entre eles, 14 pacientes apresentavam sinais de dengue grave.
Conforme o Ministério da Saúde, em todo o país foram registradas cinco mortes pela doença, uma delas no Tocantins.
As cidades com maior incidência de dengue são: Porto Nacional, Oliveira de Fátima, Dianópolis, Miracema do Tocantins, Palmas, Silvanópolis, Monte do Carmo, Tocantínia, Ipueiras, Paraíso do Tocantins, Rio da Conceição, Talismã, Chapada da Natividade, Formoso do Araguaia e Santa Rosa do Tocantins.