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ARTIGO DE OPINIÃO

A saúde do agronegócio brasileiro

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Foto: Divulgação

O clima, a quantidade de água e o potencial de mais áreas agricultáveis permitem que o Brasil seja o verdadeiro celeiro do mundo. Com os investimentos em novas tecnologias, o agronegócio brasileiro é um sucesso retumbante. Sozinho, ele representa mais de 20% do PIB e é responsável por metade das exportações do país, impactando diretamente o saldo positivo na balança comercial brasileira. Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no mundo com a exportação de açúcar, café, suco, soja, carne e tantos outros produtos oriundos do agronegócio.

Conforme o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), aqui, no nosso querido Tocantins, de janeiro a setembro deste ano já foram exportados produtos do agronegócio que geraram mais de US$ 840 milhões. A soja, como carro chefe, participou com US$ 631 milhões, a carne bovina com US$ 101 milhões, o milho com US$ 47 milhões e os farelos e resíduos da extração de óleo de soja, em torno de US$ 28 milhões.

Para um Estado que até bem pouco tempo não tinha uma infraestrutura razoável, não tinha os imóveis rurais legalizados e não participava efetivamente da balança comercial brasileira, sem sombra de dúvidas, encontrou no agronegócio sua vocação para a geração de emprego, renda e desenvolvimento.

As catástrofes que ocorrem no território brasileiro, sejam no litoral ou no interior, são provocadas pela ação humana. Lembram do caso de Brumadinho onde a lama de uma barragem da Vale chegou ao oceano atlântico, contaminando tudo que estava pelo caminho? Muitos produtores rurais perderam tudo que tinha. Esse tipo de catástrofe impacta negativamente o agronegócio brasileiro. E dos incêndios na Amazônia e em outros Estados, vocês se lembram?

Pois é, agora ocorre um enorme vazamento de petróleo em alto mar que chegou ao litoral brasileiro. A Marinha do Brasil, informou que 2.250 km da costa nordestina foram atingidos pela mancha. Já o Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, disse que mais de 200 praias foram contaminadas e em breve outras também o serão. A indústria turística foi impactada diretamente. Estudos estão sendo realizados para avaliar os impactos nos corais e na fauna marinha. Voluntários estão recolhendo o óleo que chega às praias para amenizar os impactos causados.

Mas existe um ditado que diz: “do limão se faz uma limonada”. Parte do petróleo retirado do mar no Nordeste está sendo transformado em carvão. O Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia coletou o produto presente em praias da Bahia para utilizá-lo. Bioaceleradores desenvolvidos pela instituição são usados na transformação, onde as substâncias aceleram a degradação da matéria orgânica e fazem o petróleo degradado virar carvão em 60 minutos. Estudos complementares deverão ser feitos para caracterizá-lo com maior precisão. Por esse motivo, a destinação ainda está sendo avaliada.

Já ocorreu vazamento de óleo na Bacia de Campos no Rio de Janeiro, em um dos tanques de uma plataforma flutuante que produz, armazena e escoa petróleo e gás natural. Foram tomadas todas as providências pela Petrobrás para que o produto não chegasse ao litoral do Rio de Janeiro. A produção de petróleo em alto mar, que é o forte do Brasil, requer medidas de segurança capazes de fazer frente à uma eventual situação de emergência.

Todas os poços de petróleo no mar, tem como requisito um dispositivo de segurança que permite o fechamento imediato do poço. Mas acidentes acontecem. Só que este que aconteceu na costa do nordeste brasileiro, segundo as autoridades, foi proveniente de uma embarcação que transportava petróleo venezuelano.

A sorte do agronegócio brasileiro é que os rios correm para o mar. Imaginem se fosse ao contrário. Por isto os impactos causados ao agronegócio brasileiro é praticamente “zero”, pois os que ocorreram e que possam vir a ocorrer se limitam à foz dos rios.

O setor do agronegócio deve se preocupar com os agrotóxicos e com os mananciais disponíveis. Da mesma forma que os produtos brasileiros são aceitos no mercado internacional, um pequeno deslize na condução das políticas públicas de proteção à natureza pode impactar seriamente os resultados já alcançados nas transações comerciais.
(Por Tadeu Zerbini
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br)

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