A Prefeitura entrou com o projeto de lei na Câmara Municipal para regulamentação de um crematório. A justificativa é que os cemitérios locais não têm mais capacidade de suportar a demanda de enterros.
Em vez de enterrar os corpos, agora é cremar, incinerar, queimar. A iniciativa visa atender especialmente a camada mais pobre, pois aqueles que têm condições financeiras podem comprar uma vaga no único cemitério particular da cidade.
Mas o projeto promete muita discussão na Câmara, pois não há consenso entre os parlamentares, que sempre terminam aprovando quase tudo que vem do executivo. Mas no caso do projeto da cremação, tudo indica que o prefeito vai ter bastante dificuldade em ver o projeto aprovado.
A resistência dos vereadores em aprovar o projeto polêmico esbarra especialmente na questão religiosa e também cultural. No Brasil, a prática da cremação ainda não é disseminada entre as populações mais pobres, que ainda recorrem a métodos tradicionais, como o enterro dos entes queridos mortos.
O que é cremação
Os corpos são colocados em fornos e incinerados a temperaturas altíssimas, fazendo carne, ossos e cabelos evaporarem. Só algumas partículas inorgânicas, como os minerais que compõem o osso, resistem a esse calor para lá de intenso.
O que pensam as principais religiões sobre o assunto
A Igreja Católica autoriza a cremação, mas a prática só foi liberada em 1963, quando o Papa Paulo VI reconheceu a cremação como uma forma digna de despedida.
Os evangélicos também não proíbem a prática. Os mais tradicionais costumam optar mais pelo sepultamento.
O espiritismo também aceita a cremação, exige-se apenas um tempo de 72 horas entre a morte e o início da cremação, pois acreditam que o espírito pode manter uma ligação com o corpo após a morte, por até esse período.
O hinduísmo é a religião mais favorável a pratica da cremação. Os hindus acreditam que o fogo funciona como um elemento purificador, ajudando o falecido a se desapegar dos restos materiais e partir para uma nova dimensão.
