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Devido à desvalorização dos policias penais e alguns já infectados com a covid-19, a segurança do Barra da Grota está na iminência de ficar comprometida, diz fonte

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Em razão da covid-19, a segurança do Presídio Barra da Grota está na iminência de ficar comprometida. Essa foi a afirmativa de uma fonte do Portal Araguaína Urgente que preferiu não ser identificada. “Só esse mês, no Barra da Grota, dez policiais penais foram confirmados com a covid-19, um deles está internado, passou por um quadro grave, mas se recupera; outros nove estão em isolamento, 20 estão com suspeita e aguardando o resultado do exame”, contou a fonte.


Ela lembrou: “A segurança dentro do presídio está comprometida e ocasionando problemas. Devido ao efetivo está baixo, o risco de fuga e rebelião dentro da unidade só aumenta. Cada dia aparece mais casos com suspeita da presença da doença”, ressaltou.


De acordo com a fonte, está quase que insustentável os policiais penais continuarem trabalhando na unidade prisional. “A tendência é que a unidade daqui a uns 20 dias não tenha efetivo suficiente para rodar a cadeia porque estará todo mundo acometido dessa doença. Até hoje nenhum policial penal ou presos foram vacinados. O que está sendo cogitado é que os detentos serão os primeiros, em seguida os policiais penais. Uma total desvalorização daqueles que realmente estão na linha de frente do sistema. Eles dizem que o sistema está bem, mas na verdade é uma camuflagem”, ressaltou a fonte.


Conhecimento
Segundo a fonte, a Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) tem conhecimento do contágio. “Mas ninguém toma nenhuma atitude. A única coisa que eles fazem é colocar uma notinha nos jornais lamentando pela infecção dos companheiros, mas nenhuma atitude eficaz é feita. Nada”, criticou.

Discriminação
A fonte acrescentou: “Quando ocorre de um preso ser acometido da doença, a Secretaria de imediato vai para a mídia, diz que está tomando todos os cuidados. Eles mostram toda uma preocupação. Contudo, quando ocorre com os policiais penais, que estão na linha de frente dentro do sistema prisional, eles não dão apoio à classe que, diante do descaso, eles se sentem desvalorizados”, criticou a fonte.

Contaminação em massa

A contaminação dentro do presidio pode ser ainda muito maior. “Alguns policiais penais já estão infectados e alguns presos tiveram o diagnóstico positivo, outros com suspeita e outros isolados. A iminência de ter um colapso dentro do presidio é grande. Recentemente, um agente, de outro presidio, foi transferido de avião em estado gravíssimo para Vitória (ES) porque no Tocantins não tem leito suficiente para atender à demanda”, revelou.

Efetivo
Segundo a fonte, atualmente, a unidade prisional do Barra da Grota conta com 120 policiais penais que garantem a segurança, desse número, em torno de 90 são policiais penais e 30 são contratados que auxiliam na demanda. “Eles supervisionam uma população carcerária de 495 presos”, disse a fonte afirmando que o efetivo na verdade está comprometido em todas as unidades prisionais tocantinenses.

Convênio
A fonte contou ainda que os policiais penais pagam um convênio de saúde, mas que está suspenso por falta de pagamento por parte do governo. “O convênio é pago pelo Estado que desconta da folha daqueles que aderiram. Contudo, o Estado não está repassando a verba necessária e, com isso, o atendimento foi bloqueado.  O Estado cobra deles um valor e não repassa. A situação é drástica e de calamidade dentro dos presídios do Estado”, afirmou a fonte.

Direitos
A fonte afirmou ainda que há quatro anos a classe não recebe os direitos trabalhistas. “Quando é cobrado o direito, a Seciju sempre alega a questão da pandemia. Hoje os policiais penais trabalham 32 horas a mais todos os meses, ou seja, são horas extras que não são pagas. Eles trabalham em escala e o adicional noturno também não é pago. A periculosidade, que é garantida por lei, nunca foi pago um valor sequer. Quando a categoria cobra os direitos é enrolada”, concluiu a fonte.

O que diz a Seciju
“A Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), por meio da Superintendência de Administração dos Sistemas Penitenciário e Prisional do estado, informa que tem tomado todas as medidas necessárias para o combate à Covid-19 dentro das 33 unidades penais, desde a operação Lockdown, campanhas informativas como o Dia D de Combate à Covid-19, higienização e sanitização das unidades, envio de material de limpeza e equipamentos de proteção individual para todos.

A Seciju esclarece ainda que em relação à Unidade Penal Barra da Grota, não há falta de material de higiene ou EPI, pois trata-se de uma unidade também gerida por uma empresa co-gestora.

O Governo também tem trabalhado para regularizar demandas trabalhistas, como o adicional noturno que já começa a ser pago, regulamentação da Polícia Penal, além do pagamento das indenizações por sujeição ao trabalho penitenciário e prisional (ISTPP), no valor de R$ 500,00 mensais, prorrogado até outubro de 2021”

(Da Redação)

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