CAPA
Mãe continua buscando filha que desapareceu depois que namorado morreu em confronto com a polícia
Durante um manifesto realizado na manhã desta quarta-feira, 4, na frente da Assembleia legislativa do Tocantins, Dinalva Soares de Sousa, mãe de Samylla Lorrany Marques de Sousa , de 23 anos, entoava o grito de “cadê a minha filha”. A jovem desapareceu no dia 21 de novembro, após confronto entre policiais e o namorado dela, Brian Felipe Inomata, de 25 anos, durante uma abordagem no conjunto de quitinete em que os dois moravam, no Jardim Aureny III.
Depois do manifesto, Dinalva mandou um vídeo para a equipe de reportagem do Portal Araguaína Urgente onde ela conta que a filha conheceu Brian há quase dois meses, que começaram um relacionamento e que alugaram uma quitinete para morar juntos.
“No dia 21 de novembro teve uma batida policial no local. Eles disseram que lá era um laboratório de drogas. Me contaram que houve uma troca de tiros. Mas o que estou atrás mesmo é da minha filha. Eu tenho certeza que minha filha estava lá. Ela mandou mensagem para mim enquanto estava lá, mas ela sumiu. Ninguém dá pista de nada e só dizem que ela não estava lá, mas eu tenho que certeza que ela estava lá”, garantiu a mãe.
Segundo Dinalva, na troca de tiros, o amigo de Samilla, Adagilson Taveira Bezerra, de 24 anos, e Brian foram mortos. “Mas eu pergunto: “Cadê a minha filha? Minha filha estava lá dentro. Minha filha morava lá. Ninguém me ajuda. Hoje já são 4 de dezembro e ninguém me dá uma resposta. De lá ninguém tinha condição de fugir e ela ia fugir por quê? Minha filha estava lá, eu digo com certeza e não com suposição. O Adagilson foi lá para buscar a minha filha. Isso significa que estava lá”, desabafou.
Ela conta ainda que, segundo testemunhas, que não querem ser identificadas, duas meninas foram levadas da quitinete baleadas. “Eles me contaram que saiu de lá duas meninas baleadas. Uma branquinha, que é a minha filha, e uma morena. Levaram ela, mas para onde? Eu já fui em IML, presídio, hospital e não encontro ela em lugar nenhum. Como é que uma pessoa evapora do nada?”, questionou.
Ela contou que fez um vídeo e enviou para o governador Mauro Carlesse. “Já soube que ele já viu, mas até agora não tem solução nenhuma”, afirmou.
Em outro vídeo que o Portal Araguaína Urgente teve acesso, Dinalva questiona o governador: “Senhor governador, o senhor é o chefe da polícia, cadê a minha filha? Testemunhas contam que viram ela entrando no carro e levaram ela, mas para onde? Cadê minha filha, senhor governador? Me ajude, eu preciso da minha filha, mesmo que seja morta; eu preciso e tenho direito de enterrar minha filha”, implorou.
Nota
Embora a mãe garanta que a filha estava na quitinete, por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que Samylla Lorrany Marques de Sousa, que responde pelos crimes de tráfico e porte ilegal de arma de fogo, não estava presente no local da ação desenvolvida pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc) e pela Polícia Militar.
Em um trecho da nota, a SSP ressalta que a Polícia Civil abriu procedimento investigativo e que segue em diligência, para elucidar o caso.
Leia a íntegra da nota
“Em resposta à solicitação deste veículo de comunicação, asseguramos que a senhora Samylla Lorrany Marques de Sousa, a qual responde pelos crimes de tráfico e porte ilegal de arma de fogo, não estava presente no local da ação desenvolvida no dia 21 de novembro pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (DENARC) da Polícia Civil do Tocantins e pela Força Tática do 6º BPM da Polícia Militar.
Sobre o desaparecimento da senhora Samylla Lorrany Marques de Sousa, informamos que a Polícia Civil abriu procedimento investigativo e que segue em diligência, para elucidar o caso”.
(Por Raimunda Costa)