CAPA
Pediatra argentino é preso suspeito de integrar quadrilha de pedofilia investigada na Operação “Luz da Infância”
Um vídeo, que viralizou nas redes sociais, mostra a contradição de um pediatra argentino preso por pornografia infantil, cantando músicas dos Beatles junto com o único filho. Ricardo Guilhermo Russo foi detido na tarde dessa quarta-feira, 29, suspeito de integrar a quadrilha de pedofilia investigada na Operação “Luz da Infância”. Ele estava sendo monitorado há seis meses.
Russo estava lotado no principal centro médico pediátrico da Argentina, hospital Garrahan, local conhecido como sinônimo de cuidados com crianças. A unidade de saúde argentina já demitiu o pediatra do staff, além de iniciar ações legais contra ele.
Entre os arquivos apreendidos e pertencentes ao suspeito foram encontrados 800 fotos e 70 vídeos de pornografia infantil e as vítimas têm entre 6 meses e 14 anos.
Informações apontam que, quando o advogado particular do pediatra argentino tomou conhecimento da magnitude das acusações apontadas contra o médico, apresentou sua renúncia.
Segundo a delegacia argentina especializada em delito informático, Ricardo Guilhermo Russo é acusado de produção, distribuição, armazenagem e facilitação de doar pornografia infantil.
Parceria
Desde agosto do ano passado, há uma parceria com entre Brasil e Argentina para combater esse tipo de crime. A polícia argentina esteve no Brasil para conhecer os métodos da investigação e a forma como é realizada e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), órgão subordinado ao Ministério da Justiça, ajustou a rastrear os alvos em Buenos Aires.
Fases da operação
- A primeira fase da operação foi deflagrada em 24 estados e no Distrito Federal no dia 20 de outubro de 2017, e, de acordo com o Ministério da Justiça, 108 pessoas foram presas em flagrante.
- A segunda fase foi deflagrada no dia 17 de maio de 2018. De acordo com o ministério, foram presas 251 pessoas. sendo 128 pessoas na região Sudeste, 47 no Nordeste, 38 no Sul, 21 no Centro-Oeste e 17 na região Norte. Houve buscas no Tocantins;
- A terceira fase foi deflagrada no dia 22 de novembro do ano passado e as ações focaram 22 Estados e DF. Nessa fase 63 pessoas foram presas em flagrante. O Tocantins foi um dos locais onde ocorreu a operação. Nesta edição, o Corpo de Investigações Judiciais (CIJ) do Ministério Público Fiscal da Cidade Autônoma de Buenos Aires, Argentina, realizou operação simultânea e cumpriu 41 mandados de busca;
- A quarta fase foi deflagrada no dia 28 de março deste ano e prendeu ao todo 141 pessoas, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Justiça. As ações foram cumpridas nos 26 Estados e no DF. No Tocantins, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Itacajá e Palmas.
Penas
As penas para os crimes investigados variam entre 1 e 8 anos de prisão. Quem armazena material de pornografia infantil tem pena de 1 a 4 anos de prisão. Para quem compartilha, a pena é de 3 a 6 anos de prisão. A punição aumenta para 4 a 8 anos de prisão para quem produz esse tipo de material.
(Por: Raimunda Costa – direto de Buenos Aires)