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Sindepol diz que remanejamento de delegados que combatem a corrupção é “perseguição escancarada”
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol/TO), Mozart Felix, lamentou e repudiou a remoção e movimentação de todos os delegados de polícia do Estado como forma de perseguir e frear aqueles que investigavam ou estavam relacionados ao combate à corrupção envolvendo o governo e parlamentares. A medida foi publicada à meia-noite dessa quarta-feira, 6, no Diário Oficial do Estado (DOE).
Segundo Felix, todos os delegados vinculados ao combate à corrupção no Tocantins foram retirados de suas delegacias, ação essa que prejudica a estabilidade do profissional, o andamento das investigações, e, mais uma vez, qualifica perseguições e intimidações que, inegavelmente, prejudicam o interesse da população em combater a corrupção no estado.
“Desde outubro de 2018, em investigação que teve início ainda nas eleições suplementares, envolvendo parente e o próprio líder do governo na Assembleia Legislativa, o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins vem denunciando as constantes perseguições do governo para com os delegados, com ações que prejudicam o desenvolvimento da Segurança Pública”, ressaltou o presidente.
Ele disse ainda. “Informamos ainda que o Sindepol/TO está trabalhando para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas, a fim de que essa situação seja revertida. Assim, lamentamos que o interesse público da comunidade tocantinense não esteja sendo levado em consideração e repudiamos a remoção dos delegados que, corajosamente, buscam mudar a realidade do estado atuando no combate à corrupção”, enfatizou.
Redes sociais
Em um vídeo postado nas redes sociais, o presidente lembrou que nesta semana as Polícias Civil e Federal deflagraram duas grandes operações no combate à corrupção no Estado.
Na segunda-feira, 4, a Polícia Civil prendeu um empreiteiro suspeito de ter envolvimento no desvio de dinheiro público. “Na terça-feira, o governo do estado exonerou o diretor da Delegacia de Combate e ao Crime Organizado (Dracco). Na quarta-feira, a PF deflagrou uma operação e prendeu empresários também suspeitos de desvio de dinheiro público. No mesmo dia, à meia-noite, publicou no DOE o remanejamento de todos, todos os delegados da Polícia Civil de suas delegacias que atuam em investigações de crimes contra a administração pública”, disse Felix.
O delegado afirmou que o Sindepol entrará com uma ação judicial. “Vamos combater mais esse absurdo. Chegou a um ponto que não dá mais para esconder ou inventar desculpas. Está escancarada a perseguição aos delegados de Polícia Civil que investigam crimes contra a administração pública no Tocantins”, enfatizou.
No vídeo, o presidente do Sindepol conclama o apoio do Ministério Público Estadual, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional no Tocantins e a sociedade em geral. “Precisamos também do apoio de toda a sociedade, porque combater os crimes contra a administração pública é obrigação dos delegados de Polícia Civil. Tocantins sem corrupção é o que nós queremos”, disse o presidente.
(Da Redação)