Os moradores do Bairro Barra da Grota, em Araguaína, já não reclamam mais do mau cheiro vindo da graxaria instalada dentro do Frigorífico Assocarne. A função da graxaria é trabalhar na produção de sebo/gordura e de farinhas de carne e/ou ossos a partir de materiais gerados pelo abate de bovinos.
O incômodo foi debelado após o frigorífico mudar de razão social, passando para Frigorifico Aracarnes (Associação dos Empresários de Carnes do Tocantins) e ficar sob a administração do presidente Sebastião de Alencar Bastos, mais conhecido como “Toquinho”.
Bastos conversou com a equipe do Portal Araguaína Urgente e explicou o que ocasionava o mau cheiro e como funcionava. “Antes de ser o Aracarnes, dentro do Frigorifico Assocarne havia uma graxaria com uma máquina que processava o sangue do animal e o mau cheiro tinha origem lá. Para que essa máquina tivesse mais lucro, tinha que processar muito sangue. A graxaria coletava sangue de outros frigoríficos em caminhão e o produto era armazenado em um tanque de 30 mil litros”, contou o presidente.
Bastos contou ainda que os caminhões buscavam sangue em Marabá (PA), Paraíso (TO), em um raio de quase 200 km e levavam para o, então, Frigorifico Assocarne. “Às vezes, o caminhão chegava no frigorifico tal e o abate do dia não era suficiente para completar a carga e, para que não viesse vazio, eles esperavam completar, ficando muitas vezes de um dia para o outro. Quando esse sangue chegava na graxaria já estava deteriorado, fedido, uma carniça. Quando era processado exalava um cheiro horrível. Era um ato de muita desumanidade”, criticou Bastos
“Quando eu cheguei, procurei ser parceiro, mas dentro da legalidade. Contudo, eles estavam acostumados a levar as coisas no peito e tentaram fazer comigo a mesma coisa. Peguei e impedi a entrada deles lá. Não permiti que fosse mais processado o sangue, resumindo: nós desativamos a graxaria e não tem mais mau cheiro. Foi isso que aconteceu na nossa gestão”, relatou o presidente lembrando que os moradores da região hoje “só comemoram”.
Ele ainda acrescentou: “Era uma máfia. Uns cara que não pagavam os direitos trabalhistas aos funcionários, não pagava para o município e nem para Assocarne para poder usar a estrutura. Era confusão grande, mas graças a Deus deu certo. Nós conseguimos sair vitoriosos. Final feliz”, comemorou.
Aracarnes
Seis municípios de Tocantins já podem contar com uma carne bovina de qualidade abatida no Frigorífico Aracarnes (Associação dos Empresários de Carnes do Tocantins). O estabelecimento foi fundado no dia 6 de janeiro de 1996.
Com 23 anos de existência, se tornou referência em abates, em Araguaína. “Trabalhamos com animais selecionados, tecnologia de ponta, câmaras frias, caminhões refrigerados, equipes especializadas em controle de qualidade para levar a melhor carne para os tocantinenses”, contou o presidente.
Atualmente o frigorífico gera 88 empregos diretos e atende, além de Araguaína, Tocantinópolis, Santa Fé, Nova Olinda, Carmolândia e Darcinópolis. Em Araguaína, são 154 lojas que vendem a carne bovina da Aracarnes, sendo: açougues, supermercados e minimercado.
(Por: Raimunda Costa)
