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Fim do ICMS no combustível deixaria Estados e municípios sem receitas para folha de pagamento, diz economista

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O presidente Jair Bolsonaro defendeu mais uma vez nesta sexta-feira, 9, uma mudança na forma de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. Segundo ele, o tributo deveria ser calculado sobre o valor vendido nas refinarias e não nos postos de combustíveis. A informação é da Agência Brasil.

O ICMS é um tributo estadual que varia de 25% a 34%, no caso da gasolina, sobre o valor do litro vendido nos postos. A alíquota de ICMS sobre o diesel varia de 12% a 25%, e sobre o etanol de 12% a 34%, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis).

“O que eu pretendo é fazer com que o ICMS seja cobrado do preço do combustível na refinaria e não no final, na bomba de gasolina, aqui na frente. Hoje em dia, a média do ICMS é 30% do preço da bomba, vamos arredondar os números. A gasolina está R$ 2 na refinaria, está R$ 5 lá na bomba. Os governadores, como regra, aplicam o ICMS, que é em 30%, no final da linha”, disse o presidente.

Conforme a Agência Brasil, uma eventual mudança de cobrança, como a sugerida por Bolsonaro, é complexa e teria que contar com o apoio de governadores e do Congresso Nacional. O ICMS sobre os combustíveis representa uma fatia importante de arrecadação tributária dos estados.

Tocantins perde

O governo federal defendendo a cobrança do ICMS nos combustíveis, a administração estadual tocantinense sairá perdendo uma vez que, segundo apurado pelo Portal Araguaína Urgente, os impostos dos combustíveis representa quase 40% da arrecadação do Estado.

Para o economista Tadeu Zerbini a mudança na forma de cobrança do ICMS é uma discussão inócua. “O ICMS é utilizado principalmente para pagar servidores públicos, pouco sobra para investimento tanto para os Estados como para os municípios. Se quiser diminuir o preço dos combustíveis deve-se mudar a política de aumento que está atrelada ao dólar. O dólar aumenta e automaticamente aumenta os combustíveis”, explicou.

Segundo ele, os municípios serão penalizados. “São mais de 5.000 municípios. Eles recebem 25% do ICMS dos Estados. Se diminuir todos deixarão de cumprir a LRF e serão penalizados. Será que deputados e senadores em ano eleitoral municipal vão apoiar a ideia? Por que não retirar os impostos federais? Porque não investir em sistemas modernos de distribuição de combustíveis diminuindo o frete?”, questionou.

Zerbini completou: “As mudanças nas legislações são complexas e só podem ocorrer para serem aplicadas no próximo exercício fiscal. Isto que está acontecendo é populismo”, criticou.

(Por Raimunda Costa)

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