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CAPA

Laudo afirma que por falta de tratamento certo criança evoluiu para dengue hemorrágica e veio a óbito

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O Portal Araguaína Urgente teve acesso com exclusividade ao resultado do laudo sobre a morte de Karyne Gonçalves Ramos, de 1 ano e 11 meses. O parecer técnico, assinado nessa terça-feira, 4, pelo médico Merves Rodrigues de Silveira, afirma que a criança estava com grave quadro de pneumonia e dengue, que, por falta de tratamento adequado, evoluiu para dengue hemorrágica, levando a criança a óbito.

Segundo o laudo, no dia 17 de setembro, Karyne apresentava um quadro febril evolutivo há três dias evoluindo com distúrbio de coagulação e choque hipovolêmico com parada cardiovascular.

Segundo o laudo, a necropsia dos pulmões apresentava cor escura, coração com tamanho e coloração normal, figado aumentado e demais órgãos dentro da normalidade.

Ainda foi detectado líquido ceroso em cavidade abdominal ascítico, região torácica líquida sanguinolenta, o qual pode confirmar, pelo quadro clínico histopatológico e de sorologia, a causa do óbito acima citado.

Advogadas
De acordo com as advogadas do caso, Nághila Cris e Gislaine Silva, a médica que atendeu a paciente foi negligente em não diagnosticar corretamente o quadro da criança e encaminhá-la para um hospital onde ela recebesse o tratamento adequado.

Pais
O resultado do laudo fez com que Gardênia Pereira Gonçalves, mãe de Karyne, sentisse a mesma dor de quando se despediu da filha. “Eu sempre soube que a minha menina não teve o atendimento que merecia. Eu sempre soube que minha filha foi vítima de negligência médica e que, se tivesse recebido o tratamento correto, estaria viva”, disse.

Muito revoltada, ela ressaltou que, conforme o laudo, quando a filha deu entrada na UPA, já apresentava o quadro de pneumonia e dengue. “Mas ela não recebeu o procedimento adequado para o quadro. A médica prescreveu dipirona, um soro e depois mandou para casa. Ela disse ainda que minha filha tinha apenas uma infecção de garganta e que não ia passar antibiótico”, lembrou a mãe entre lágrimas.

Ela foi enfática ao afirmar que quer justiça. “Sei que aqui na terra nunca mais terei minha filha, simplesmente por negligência médica. Mas eu prometi a ela que até o meu último suspiro vou buscar justiça, porque a de Deus já está sendo feita”, desabafou.

Já Natal Silva Ramos, pai da pequena tocantinense, disse que é muito triste não ter mais a sua única filha ao seu lado em razão de um erro médico. “Desde o dia que dei o último adeus a minha filha, a minha vida perdeu o sentido. Nada é igual sem ela. Dói muito não ser mais recebido com a alegria dela quando eu retornava para casa. Não consigo trabalhar direito, pois meu pensamento é voltado para esse erro médico que tirou minha filha do nosso convívio. Foi muito pouco caso que a médica deu para o estado de saúde que ela se encontrava. Assim como a mãe dela, enquanto me restar um dia de vida, vou buscar justiça pela memória de minha filha”, desabafou, Natal.

Entenda o caso
No dia 7 de novembro, Gardênia Pereira Gonçalves procurou o Portal Araguaína Urgente, para denunciar suposta “negligência médica” da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína, após a morte da sua filha, Karyne Gonçalves Ramos.

Segundo a mãe, no dia 16 de setembro, vomitando muito e com febre, a filha deu entrada na UPA. “Lá ela foi atendida e medicada com dipirona na veia e tomou soro. Minha filha fez exame de sangue onde foi apontada uma alteração. Contudo, a médica que atendeu disse que ela tinha apenas uma infecção de garganta, que não ia passar antibiótico, que não era nada grave e deu alta para minha filha e nos mandou para casa”, afirmou.

Contudo, segundo a mãe, o estado da criança piorou e, no mesmo dia, ela voltou com a filha para UPA. Gardênia relatou que, ao chegar na unidade de saúde, a médica, que teve o nome preservado, deixou Karyne em observação.

“No dia seguinte (17 de setembro), minha filha começou a vomitar sangue vivo e, em seguida, um sangue preto. Desesperada, eu gritei dizendo que ia chamar a televisão e a polícia, caso ela (a médica) não transferisse a minha filha para o hospital municipal. Foi quando ela ficou com medo e providenciou a transferência. Minha filha teve várias paradas cardíacas dentro da ambulância e chegou no hospital municipal em estado grave, onde veio a óbito”, relatou a mãe.

O outro lado
Atendendo à solicitação do Portal Araguaína Urgente, o Instituto Saúde e Cidadania (Isac), responsável pela gestão da IPA, informou que “a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araguaína Sul informa que se mantém à disposição da família da paciente citada na reportagem para esclarecimentos e demais informações necessárias, assim como se coloca receptiva aos órgãos responsáveis para as eventuais apurações”.

(Por Raimunda Costa)

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