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Após censo, engenheiro de pesca diz que a piscicultura do Estado está bastante estratificada

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Com o objetivo de identificar, classificar e caracterizar, a produção de pescados no Estado, traçando o perfil da produção dos produtores e das propriedades foi apresentado o censo da piscicultura no Tocantins. O estudo, com a finalidade de alavancar a atividade, foi divulgado durante simpósio pelo gerente de Pesca e Aquicultura do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Andrey Chama Costa.

O, também, engenheiro de pesca, contou que o resultado do censo mostrou que a piscicultura do Estado está bastante estratificada e a região com maior produção é a sudeste que representa 60% do total de 14.238 ton, em destaque o município de Almas como maior produção do Estado, com 8.362 toneladas.

Confira a íntegra da entrevista concedida ao Portal Araguaína Urgente sobre o censo da piscicultura no Estado com o engenheiro em Pesca e gerente de Pesca e Aquicultura do Ruraltins, Andrey Chama Costa.

Portal Araguaína Urgente: O censo da piscicultura realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) foi apresentado durante o Simpósio para o Desenvolvimento da Piscicultura no Tocantins. Qual foi o objetivo do censo?
Andrey Costa: Mapear, identificar, classificar e caracterizar, a produção de pescados no Estado do Tocantins, traçando o perfil da produção dos produtores e das propriedades. Conhecer a realidade da piscicultura do Estado, estabelecendo os núcleos de produção, para estabelecer políticas públicas e subsidiar informações para inciativa privada investir no setor.

Portal Araguaína Urgente: Como foi feito esse levantamento para identificar onde estavam as pisciculturas no Estado?
Andrey Costa: Foi utilizado o sensoriamento remoto através da ferramenta “Imagem Pleiade 2015”, que possui uma alta qualidade e, com isso, fizemos o mapeamento de todo Estado, marcando os pontos das propriedade que apresentavam tanques ou barramentos, sendo marcados os pontos e posteriormente transferidos para o aplicativo “Google Earth” que possibilitou traçar as rotas de forma eficiente a partir de cada município até às propriedades; com essa metodologia reduzimos o tempo de busca e localização das propriedades, aumentando a quantidade de propriedades visitadas. Através de aplicativo “Track Maker” fizemos a transferência das rotas e pontos para GPS de cada servidor do Ruraltins e, com o conhecimento da região que ele já trabalha, foi realizado as visitas e aplicação dos questionários.

Portal Araguaína Urgente: O encontro contou com a presença de estudantes, técnicos e produtores. Qual a tendência de mercado no Tocantins apresentada a eles?
Andrey Costa: O simpósio apresentou a tendência da produção de duas espécies aqui no nosso Estado, mas que já estão consolidadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, que são a Tilápia e o Lambari. A Tilápia, como o peixe mais produzido do Brasil com um crescimento constante nos últimos anos e agora com foco nas exportações e o Lambari, como peixe de alta rotatividade no cultivo com ciclo rápido sendo destinado ao mercado de “isca viva” e como petisco de excelente aceitação em bares e restaurantes.

Portal Araguaína Urgente: Durante o levantamento foi feito o perfil da produção do produtor e qual é ele?
Andrey Costa: O resultado do censo nos mostrou que a piscicultura do Estado está bastante estratificada, a região com maior produção é a região sudeste que representa 60% do total, 14.238 ton, em destaque o município de Almas como maior produção do Estado com 8.362 toneladas concentrando dois grandes produtores com frigoríficos com SIF e dois produtores de Alevinos, com 55% da área de lâmina d’água, representada por 1.500 ha. No extremo, apresenta 90% dos piscicultores produzindo abaixo de 10 toneladas de peixes por ano. Temos os peixes redondos (tambaqui, caranha, tambatinga e tambacu) juntos totalizando 82,8% das espécies cultivadas no estado e uma movimentação financeira que chega a R$ 93 milhões por ano.

Portal Araguaína Urgente: Qual a finalidade dos dados coletados?
Andrey Costa: Elaborar um acervo digital com todas as pisciculturas do Estado georreferenciadas (sensoriamento remoto); foi oportunizado aos técnicos do Ruraltins conhecer todos os piscicultores da sua regional (Capital Intelectual); elaborar um diagnóstico com dados oficiais que serviram de subsídios para planos de ações em vários setores da cadeia produtiva da piscicultura e publicação dos dados para conhecimento de todos os segmentos do setor.

Portal Araguaína Urgente: Atualmente, no ranking nacional, o Tocantins ocupa qual posição e quais espécies em destaque?
Andrey Costa: Segundo o IBGE, somos o 14º Estado em produção, com 11.367 toneladas, e, segundo o “Peixe BR”, estamos em 17º colocado, com 15.500 toneladas

Portal Araguaína Urgente: O levantamento para saber onde estavam às pisciculturas no Estado foi feito por qual meio?
Andrey Costa: A metodologia utilizada no projeto foi de caráter exploratório, baseada no modelo já praticado pelo IBGE, combinada com a tecnologia de Sensoriamento Remoto. Os dados obtidos são oriundos de uma abordagem quali-quantitativa, a qual permitiu aos pesquisadores cruzarem informações, ampliando a segurança dos elementos. Existem nessa pesquisa exploratória dois tipos de dados: os virtuais (oriundos do trabalho de sensoriamento remoto) e os físicos, coletados por meio de entrevistas semiestruturadas junto aos agentes-chave da cadeia produtiva de piscicultura, no caso, os produtores rurais. Depois da identificação das potenciais pisciculturas através do sensoriamento remoto, foram traçadas as rotas mais econômicas de acesso a cada propriedade, e, por conseguinte distribuídas entre os escritórios regionais e locais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins (Ruraltins) para realização das visitas técnicas in loco e aplicação do questionário (entrevista). Em média foram elaboradas três a cinco rotas por município, totalizando aproximadamente 556 rotas. No âmbito operacional o projeto foi coordenado e executado pelo Ruraltins, e financiado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Tocantins (Seden), recebendo ainda apoio técnico da Embrapa Pesca e Aquicultura.

Portal Araguaína Urgente: O censo de 2018 apontou que a cadeia produtiva esteve presente em 117 municípios do Estado e que produziu 14.328 toneladas de pescado por ano. E, para 2019, já existe uma expectativa?
Andrey Costa: Existe uma dinâmica de alternância gradual de polos produtivos, onde a região Sudeste, que é a maior produtora, está apresentando queda na produção e a região Norte apresentando crescimento; isso não alterará significativamente na produção total do Estado, mas abre novas fronteiras para criação de novo polo de piscicultura na região dos municípios de Tocantinópolis e Sitio Novo, com uma grande vantagem na verticalização da cadeia, contando com grandes unidades de produção, fábrica de ração em Tocantinópolis e o frigorífico de peixes no município de Estreito (MA). As demais mudanças previstas são a médio prazo com alguns novos produtores se inserindo na atividade e uma ampliação de projetos já consolidados. A expectativa é que em 5 anos o crescimento ocorra exponencialmente com a implantação de unidades de produção de Tilápias em tanque rede, isso realmente proporcionará um salto na produção total do Estado.

Portal Araguaína Urgente: Atualmente, quantos produtores estão em atividade no Estado e em quais municípios?
Andrey Costa: Dos 1.099 estão ativos 902 piscicultores dispostos na classificação abaixo:

Dos 139 municípios 117 possuem piscicultura.

Portal Araguaína Urgente: Quantas toneladas esses municípios produziram nesse ano?
Andrey Costa:

Portal Araguaína Urgente: Quando o censo estava sendo aplicado, os piscicultores chegaram a citar alguma dificuldade para desenvolver a atividade?
Andrey Costa:

(Por Raimunda Costa)

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