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Mestre em ciência veterinária tira dúvidas sobre a mastite em vacas leiteiras

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No Tocantins ainda tem muito problema com a mastite em vacas leiteiras. O mestre em ciência veterinária Eudes Vieira Castro definiu a enfermidade como um processo inflamatório da glândula mamária, comumente causado por bactérias e, em menor escala, por fungos, algas, vírus e traumas.

Para Castro, que atua na área de reprodução, clínica e cirurgia de animais de grande porte e pequenos ruminantes, infectada, a vaca terá queda na produção de leite, inchaço no úbere, vermelhidão, dor, febre, redução do apetite e perda de peso.

O, também, professor da Universidade Católica do Tocantins (Facto), comentou sobre os impactos econômicos que o produtor rural pode ter com animais contaminados com a mastite bovina. “Perda na produtividade, gastos com medicamentos, descarte de leite por acidez ou por resíduos de medicamentos, descarte indesejado de matrizes por perda da funcionalidade da glândula mamária ou, ainda, mortalidade de animais em casos mais graves.

Confira a íntegra da entrevista sobre mastite em vacas leiteiras concedida ao Portal Araguaína Urgente por Eudes Vieira Castro que é professor da Universidade Católica do Tocantins (Facto), mestre em ciência veterinária, técnico em Agropecuária e atuante na área de reprodução, clínica e cirurgia de animais de grande porte e pequenos ruminantes, com experiência em bovinocultura de leite, bovinocultura de corte, extensão rural e gestão de propriedades rurais.

Portal Araguaína Urgente: No Tocantins ainda tem muito problema com a mastite em vacas leiteiras. Quais os sintomas da mastite bovina?
Eudes Castro: A mastite bovina é um processo inflamatório da glândula mamária, comumente causado por bactérias e, em menor escala, por fungos, algas, vírus e traumas. Dependendo do agente causador, do estado imunológico do animal e da duração da infecção, pode apresentar alterações no aspecto físico, químico e biológico do leite, como formação de grumos, redução no pH, alteração na densidade e coloração. Já na vaca terá queda na produção de leite, inchaço no úbere, vermelhidão, dor, febre, redução do apetite, perda de peso.

Portal Araguaína Urgente: Quais os impactos econômicos que o pecuarista pode ter após os animais serem infectados com a mastite bovina?
Eudes Castro: A perda na produtividade, gastos com medicamentos, descarte de leite por acidez ou por resíduos de medicamentos, descarte indesejado de matrizes por perda da funcionalidade da glândula mamária ou ainda mortalidade de animais em casos mais graves.

Portal Araguaína Urgente: Como o bovino leiteiro contrai a doença?
Eudes Castro: As vacas podem contrair a doença de várias formas, dentre essas, por meio do contato direto do teto com microrganismos presente no ambiente como lamas de currais ou piquetes ou ainda de maneira mais expressiva pode contrair a doença por meio da transmissão de uma vaca para outra, por meio dos equipamentos de ordenha, mão do ordenhador ou até mesmo por vetores como moscas que tem contato com um teto contaminado e depois com outro sadio.

Portal Araguaína Urgente: Como evitar essa enfermidade?
Eudes Castro: Desta maneira a forma mais viável economicamente para controle da mastite é a prevenção, onde os produtores devem ter atenção redobrada no momento da extração do leite, adotando medidas de higiene bem como identificação de animais doentes por meio do teste da caneca do fundo preto, para que sejam ordenhadas por último e assim não contaminar o equipamento de ordenha ou a mão do ordenhador evitando, assim, a transmissão de uma vaca doente para uma sadia. Sempre os tetos das vacas devem ser higienizados com produtos específicos, para uma limpeza antes da ordenha “pré-diping” e outra após a ordenha “pós-diping”, esses produtos geralmente são à base de iodo, cloro, ácido lático, entre outros, e tem como objetivo reduzir a carga bacteriana melhorando a qualidade do leite e reduzindo a contaminação do equipamento de ordenha e dos tetos dos animais.

Portal Araguaína Urgente: Após a ordenha a vaca deve ficar em pé alguns minutos. Por que?
Eudes Castro: Após a ordenha as vacas devem ficar em pé pelo menos 30 minutos, tempo esse necessário para fechar o esfíncter do teto e reduzir a contaminação direta quando a teta entrar em contato direto com o solo. Os equipamentos devem ser limpos com produtos próprios (alcalinos clorados e água aquecida a 70°C, lembrando que a temperatura de saída da água deve estar no mínimo a 40°C para obter uma boa limpeza).

Portal Araguaína Urgente: Há algum procedimento para a limpeza e desinfecção de equipamentos de ordenha?
Eudes Castro: Produtos sanitizantes à base de cloro, podem ser utilizados nos equipamentos antes de iniciar uma nova ordenha, bem como para higienizar a mão dos ordenadores durante o processo de retirada do leite, sendo as luvas látex uma boa alternativa para ordenhadores, tendo em vista a facilidade na higienização. Manutenções periódicas e troca de teteiras dentro do prazo recomendado pelo fabricante, garantem que os animais serão ordenhados de forma efetiva evitando sobras de leite no úbere e ainda garante maior efetividade na limpeza por possuir menos ranhuras nas borrachas e mangueiras.

Portal Araguaína Urgente: Os animais infectados são separados. Por que?
Eudes Castro: É indicado que animais diagnosticados positivos fiquem em lotes separados para facilitar manejo, obter melhor controle dos tratamentos e reduzir os riscos de transmissões. Para tratamento, existem vários antibióticos intramamários ou injetáveis, que podem ou não ser associados a anti-inflamatórios para melhorar o quadro clínico do animal, sendo de responsabilidade do médico veterinário prescrever quais tratamentos utilizar em cada propriedade e em cada situação, bem como avaliar a eficácia dos mesmos.
(Por Raimunda Costa)

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