CAPA
Mãe que perdeu filho por suposta “negligência médica” da UPA pede que médicos “honrem o que juraram”
Cristiana Pereira Costa, mãe de Adrian Pereira dos Santos, que faleceu por suposta “negligência médica” da UPA de Araguaína, voltou a pedir por justiça. “Eu quero justiça pelo que aconteceu com o meu filho. A dor que estou sentindo é imensa, porque não é fácil perder um filho. Peço que me ajudem junto às autoridades, porque a morte do meu filho não foi só mais um caso registrado naquela unidade de saúde”, desabafou Cristiana.
Segundo ela, o que aconteceu com Adrian foi “imprudência médica”. “Tiraram a vida do meu filho porque não o atenderam de forma correta. Não tiveram um pouco de senso para pedir os exames certos. Eu avisei que meu filho tinha sopro no coração. Eles deveriam ter tido mais atenção na hora de atendê-lo”, criticou a mãe.
Alerta aos pais
Ela fez um alerta aos pais. “Eu alerto os pais que, quando forem na UPA de Araguaína, prestem mais atenção na hora que o médico estiver atendendo o seu filho. Prestem atenção no que eles receitam. Peço ao Ministério Público que investigue mais esse caso. Ele não pode ser esquecido. Que o Ministério Público enxergue o que está acontecendo”, ressaltou.
Pedido aos médicos
Cristiana pediu que os médicos honrem o que juraram. “Vocês que escolheram a profissão de médicos prestem mais atenção no que estão fazendo. Que vocês honrem pelo que juraram. Vocês juraram que iam salvar vidas, mas vocês estão tirando as de pessoas inocentes. Prestem mais atenção ao atender uma criança. Ela não sabe expressar o que está sentindo. Me ajudem a fazer justiça porque o meu filho pode não ser o último”, enfatizou.
Entenda o caso
No dia 20 de novembro, Cristiana contou que deu entrada com Adrian na unidade de saúde dia no dia 25 de outubro por volta das 14 horas e que ele já apresentava 39.2º de febre. “Depois de 1 horas de espera, ele estava com a pulseira amarela, é que o médico atendeu”, contou.
Na época, a, também, professora, contou que o médico solicitou exame de urina, sangue, raio-x da barriga e mandou que ela aguardasse no corredor. “Como ele não apresentava melhora, aplicaram dipirona na veia do meu filho. Ele não melhorava. Então pedi ao médico que passasse um soro para meu filho, mas ele disse que não era necessário, pois soro era água”, contou.
Ela contou ainda que a médica disse que a criança não precisava mais ficar internado e deu alta. “Voltamos para casa, mas meu filho teve outra crise de vômito. O levei então para um hospital em Araguanã, de lá ele foi transferido para uma unidade de saúde em Xambioá e em seguida para o Hospital Municipal de Araguaína onde foi entubado. Não deu mais tempo. Meu filho veio a óbito na quarta parada cardíaca”, contou.
O outro lado
“A Unidade de Pronto Atendimento – UPA do Araguaína Sul informa que se mantém à disposição da família do paciente citado na reportagem para esclarecimentos e demais informações necessárias, assim como se coloca receptiva aos órgãos responsáveis para as eventuais apurações”.
Outro caso
No dia 7 de novembro, Gardênia Pereira Gonçalves procurou o Portal Araguaína Urgente, para denunciar suposta “negligência médica” da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araguaína, após a morte da sua filha, Karyne Gonçalves Ramos, de 1 ano e 3 meses.
Segundo a mãe, no dia 16 de setembro, vomitando muito e com febre, Karyne deu entrada na UPA. “Lá ela foi atendida e medicada com dipirona na veia e tomou soro. Minha filha fez exame de sangue onde foi apontada uma alteração. Contudo, a médica que atendeu disse que ela tinha apenas uma infecção de garganta, que não ia passar antibiótico, que não era nada grave e deu alta para minha filha e nos mandou para casa”, afirmou.
No dia seguinte (17 de setembro), segundo a mãe, Karyne começou a vomitar sangue vivo e, em seguida, um sangue preto. “Desesperada, eu gritei dizendo que ia chamar a televisão e a polícia, caso ela (a médica) não transferisse a minha filha para o hospital municipal. Foi quando ela ficou com medo e providenciou a transferência. Minha filha teve várias paradas cardíacas dentro da ambulância e chegou no hospital municipal em estado grave, onde veio a óbito”, contou.
Laudo
No dia 9 deste mês o Portal Araguaína Urgente teve acesso com exclusividade ao resultado do laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a morte de Karyne. O parecer técnico, assinado no dia 4, pelo médico Merves Rodrigues de Silveira, afirmou que a criança estava com grave quadro de pneumonia e dengue, que, por falta de tratamento adequado, evoluiu para dengue hemorrágica, levando a criança a óbito.
(Por Raimunda Costa)