Após 17 dias do Ministério da Educação (MEC) divulgar bloqueios no orçamento das universidades públicas do País, cerca de 70% das escolas do Estado aderiram nesta quarta-feira, 15, à paralisação nacional na educação contra o ato.
A Universidade Federal do Tocantins (UFT), o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), 15 escolas estaduais na Capital, unidades de ensino em Araguaína e Gurupi participam do manifesto.
O MEC anunciou em abril que todas as universidades e institutos federais teriam bloqueio de recursos. Na UFT, a redução foi de 42%.
“Hoje, o Brasil se manifesta para que tenhamos educação pública de verdade com respeito, decência, dignidade e com financiamento público. A sociedade merece que a educação seja financiada nos moldes que vinha sendo antes”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins. (Sintet), José Roque.
Para o sindicalista o corte nos recursos da educação não será aceito. “Não aceitamos o corte nos recursos da educação porque ele traz maldade para a sociedade. Hoje, um dia de luta pela educação pública de qualidade. Não aceitamos o corte de quase 50% anunciado pelo governo federal”, garantiu Roque.
Nesse ritmo, segundo ele, as universidades vão fechar as portas em poucos dias e as escolas na sequência. “Não podemos aceitar esse maleficio colocado pelo governo federal e seguido pelos governos estaduais e municipais. Queremos educação pública, lutamos por ela e vamos vencer”, disse.
Em Araguaína
Manifestantes do Sintet, em Araguaína, se concentraram em frente à agência do INSS da cidade para demonstrar o apoio ao manifesto nacional.
Em um vídeo enviado para o Araguaína Urgente uma manifestante, de posse de alto-falante, diz que o movimento é da educação, da classe de trabalhadores e que a categoria “não aceita essa reforma imoral”.
“Estamos em um movimento de direito. O ministro da Educação foi convocado para prestar esclarecimentos contra os cortes. Temos que nos mobilizar, sair do nosso local de trabalho, fechar as intuições que trabalhamos para vir pra cá e dizer não. Que faça reforma, tire privilégios do Judiciário e do Legislativo” criticou.
Segundo ela, o País está pagando R$ 6 milhões para que a mídia divulgue que a reforma é boa. “O País está pagando R$ 40 milhões para deputados para não votar contra. Que dificuldade é essa?”, questionou.
Um professor, que participava da paralisação, disse que a manifestação é para mostrar para o Brasil que eles não concordam com a política do governo.
“Corta dinheiro, custos e direitos dos trabalhadores. Estamos dizendo não a esse governo. Há mais de dez anos não tem concurso no Tocantins. Está um verdadeiro descaso com a educação. Para nós a única bandeira de luta é a educação”, criticou.
(Por: Raimunda Costa – jornalista)