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Agrônomo tira dúvida sobre o cultivo do algodão e diz que a cultura é altamente competitiva
O algodão é considerado um excelente negócio para o Tocantins. O Portal Araguaína Urgente questionou o responsável técnico pelo Programa Estadual do Bicudo do Algodoeiro, da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Helcids de Sá Reis, quais as vantagens do cultivo?
“A cultura do algodão é altamente competitiva, antes, dentro e depois da porteira, sendo que nas regiões produtoras há desenvolvimento e progresso por ser uma cultura altamente tecnificada, com demanda de mão de obra qualificada e instalação de empresas dos diversos ramos da cadeia produtiva do algodão”, explicou o, também, engenheiro agrônomo.
O inspetor de Defesa Agropecuária da Adapec foi indagado sobre qual o período da semeadura e manejo de plantas vivas do algodão no Tocantins e, segundo ele, no Estado, não há ainda período definido por lei para a semeadura (janela de plantio), como acontece em outros estados produtores.
“O que há é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura do algodão herbáceo no Estado, ano-safra 2019/2020, que é normatizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que estabelece o período de semeadura de acordo com os tipos de solos. Normalmente os plantios realizados no Estado, são realizados no final de janeiro e manejo de plantas vivas por até 190 até a colheita”, disse.
Atualmente, segundo ele, a área plantada na safra 2018/2019 foi de 5.530 hectares distribuídos nos municípios de Caseara, Dianópolis, Mateiros, Peixe e Tocantínia.
Nessa quarta-feira, 20, termina o período do vazio sanitário do algodão no Tocantins e ele explicou o que significa essa etapa. “É período do ano durante o qual não pode haver plantas do algodoeiro com risco fitossanitário. O vazio sanitário do algodão no Estado do Tocantins foi instituído pela IN 05, de 01 de Abril de 2019. O vazio sanitário é uma das principais medidas fitossanitárias essenciais para o manejo do bicudo do algodoeiro para a safra subsequente de algodão, visto que há quebra do ciclo de reprodução da praga devido à falta de alimento para o bicudo já que não há plantas de algodão na área”, explicou Reis.
O bicudo do algodoeiro é uma praga do cultivo do algodão. O engenheiro agrônomo disse como combatê-lo. “O bicudo é considerado a principal praga do algodoeiro em todas as regiões onde ocorre, por ser capaz de causar danos diretos à produção algodoeira. O ataque se concentra em botões, flores e maças do algodão. O sucesso do bicudo é devido ao elevado potencial produtivo, elevada sobrevivência das fases imaturas (ovos e larvas), elevado potencial de dispersão dos adultos, capacidade de sobreviver ao período de entressafra alimentando-se de pólen e néctar de várias espécies de plantas pertencentes a diferentes famílias botânicas”, ressaltou.
Ele completou: “Diante do exposto acima, a destruição de plantas espontâneas e soqueiras do algodoeiro, em períodos fixados por lei,? pode ser considerada como uma iniciativa essencial para o controle do bicudo, o que inclui ainda ações de monitoramento visual e por feromônios, aplicações sequenciais de inseticidas. Aliados a tudo isso, as medidas devem ser adotadas por todos os produtores, já que o bicudo é uma praga que vem de fora para dentro da lavoura”.
(Por Raimunda Costa)